Análise da sequência sísmica de 2017 no Noroeste da bacia Potiguar
Sismicidade intraplaca; mecanismo focal; Província Borborema
A compreensão da ocorrência de terremotos em áreas intraplaca tem sido uma das tarefas mais difíceis na sismologia. A atenuação das ondas sísmicas nessas áreas é menor em comparação com as regiões de borda de placa. Como consequência, mesmo terremotos de magnitude moderada podem representar ameaças significativas. Nesse contexto, avaliar o campo de esforço nessas regiões é importante para melhor compreender os mecanismos de geração de terremotos. Analisamos 241 terremotos da sequência sísmica de 2017 no Noroeste Bacia Potiguar e estimamos o seu respectivo regime de esforços. Falhas sismicamente definidas foram determinadas para quatro grupos de terremotos realocados com alta precisão, orientadas nas direções NW-SE e NE-SW. A interseção de falhas que atuam em um desses grupos foi representativa para sugerir que o modelo de interseção para terremotos intraplaca é uma possível explicação sobre o motivo pelo qual terremotos de tamanho moderado podem ocorrer na região do estudo. Outro cluster apresentou uma falha en echelon com uma clara evolução espaço-temporal e ocorrência de atividade quase inteira em 3 dias, o que sugere acúmulo de energia e liberação rápida entre esse segmento de falha. Conseguimos calcular o mecanismo focal composto para três grupos, com predominância de falhamento transcorrente com movimento sinistral. A inversão de mecanismos focais reforça evidências de uma superposição de esforços locais e regionais, com o eixo compressivo principal subparalelo à margem equatorial continental.