O papel das falhas na evolução das bandas de deformação na Bacia do Rio do Peixe
Bandas de deformação; falhas de borda; falhas de crescimento; reativação; relação bandas/m; Bacia do Rio do Peixe
No Cretáceo ocorreram reativações frágeis das zonas de cisalhamento dúcteis Pré-cambrianas de escala continental e o desenvolvimento de bacias de rifte no nordeste do Brasil. Essas bacias geralmente apresentam estruturas subsísmicas, como bandas de deformação. O objetivo deste estudo é analisar a influência da arquitetura inicial do rifte e falhas mestre associadas na ocorrência e atributos das bandas de deformação. Utilizamos dados topográficos SRTM, dados potenciais (aeromagnéticos e gravimétricos) de levantamentos locais para desvendar a estrutura do rifte e identificar segmentos de falha mestre. Além disso, utilizamos um veículo aéreo não tripulado (UAV) e um estudo de campo para mapear bandas de deformação próximas às principais falhas rifte. Nossos resultados indicaram que a Bacia do Rio do Peixe foi formada ao longo da reativação da falha de Malta com quatro segmentos principais de falha e ao longo da falha de Portalegre ao longo de dois segmentos principais de falha. As bandas de deformação ocorrem em arenitos mal selecionados, médios a muito grossos, dentro de zonas de danos com ~ 70 m de largura próximo às falhas mestre de borda. As bandas de deformação ocorrem como bandas únicas ou clusters e são observadas até 5 km das falhas mestre, mas são de ocorrência generalizada em um alto estruturalmente delimitado por rampas de revezamento. As bandas de deformação seguem a direção ou são um pouco oblíquas às falhas mestres do rifte. A cinemática distensional das bandas de deformação falhadas é consistente com as falhas do rifte. Além disso, uma diminuição logarítmica na freqüência das bandas de deformação ocorre a partir no núcleo das falhas principais. As frequências das bandas de deformação atingem um pico perto do núcleo de falha com valores de até 22 a 48 bandas/m. Essas observações indicam a influência de falhas rifte reativadas no padrão e evolução de zonas de danos com bandas de deformação, e contribuem para a predição da localização, direção e cinemática de bandas de deformação em ambientes distensionais continentais.