Análise Estrutural da Deformação Cenozóica na Bacia de Cumuruxatiba (BA)
Bacia de Cumuruxatiba, Dobras relacionadas a falhas, Inversão Cinemática e Magmatismo de Abrolhos
A bacia de Cumuruxatiba está localizada no extremo sul da costa do estado da Bahia, no nordeste do Brasil. Esta bacia foi formada em ambiente distensional, com rifteamento e posterior fase termal durante o Neocomiano até final do Cretáceo. Durante o Cenozóico ocorre o magmatismo de Abrolhos na bacia com picos durante o Paleoceno e Eoceno. Neste período ocorre uma inversão cinemática na bacia representada por dobras relacionadas a falhas reversas. Restaurações estruturais regionais de seções sísmicas 2D, revelaram que a maior parte da deformação está concentrada no inicio do Cenozóico com o pico no Eoceno Inferior. O período pós-Eoceno é marcado pela diminuição da taxa de deformação até o presente.
A modelagem estrutural 3D revelou uma frente de dobras (de orientação E-W variando para NE-SW) acomodando a deformação entre os altos vulcânicos de Royal Charlotte e Sulphur Minerva. Os derrames vulcânicos causaram um sobrecarga diferencial nas bordas da bacia que serviu de gatilho para atuação da halocinese, como já demonstrado em modelagens físicas na literatura. Consequentemente, a deformação tende a ser maior na bordas da bacia. As rochas vulcânicas ocorrem principalmente como estruturas concordantes (sills) nos sedimentos sin-tectônicos revelando uma deposição concomitante a deformação.
O Estudo dos mapas de isópacas e diagramas com orientação do eixo de deformação revelaram que maior parte da dobras foram ativadas e reativadas em diferentes períodos durante o Cenozóico. As dobras apresentam padrões cinemáticos variados ao longo do tempo que refletem a atuação diferencial dos altos vulcânicos adjacentes. Estes dados aliados a informações sobre o sistema petrolífero da bacia são importantes no mapeamento dos prospectos para hidrocarbonetos.