EVOLUÇÃO DO MAGMATISMO EDIACARANO BÁSICO DE AFINIDADE SHOSHONÍTICA NOS DOMÍNIOS RIO PIRANHAS-SERIDÓ E SÃO JOSÉ DO CAMPESTRE, NE DA PROVÍNCIA BORBOREMA
Shoshonitos; Química Mineral; Litoquímica; DRN; Geobarometria, Geotermometria
No extremo NE da Província Borborema, no contexto tectonoestrutural do Domínio Rio Grande do Norte (DRN) o magmatismo ediacarano-cambriano constitui uma das principais feições geológicas e geomorfológicas, sendo representado por diferentes suítes magmáticas formadas por diversos batólitos, plútons, stocks e diques de rochas graníticas. Nesse contexto, destaca-se uma gama de estudos do ponto de vista petrográfico/textural, químico (litogeoquímicos e de química mineral) para as seis suítes graníticas identificadas. Porém, no tocante a suíte shoshonítica, mesmo com importantes contribuições (Jardim de Sá, 1994; Hollanda et al., 2003; Dias, 2006; Paiva, 2020; Paiva et al., 2021; Guimarães, 2021) no que tange a cartografia, petrografia, litoquímica, geocronologia e parâmetros intensivos de cristalização, a mesma carecia de um trabalho de integração dos diversos corpos. Assim enxergou-se a possibilidade de integrar os dados existentes na literatura em conjunto com alguns dados inéditos tendo como objetivo a caracterização petrogenética do magmatismo shoshonítico no DRN como base em dados petrográficos, litoquímicos e de química mineral, incluindo parâmetros intensivos de cristalização como (P, T e fO 2 ). Para o desenvolvimento da pesquisa foram selecionados doze plútons: Casserengue, Japi, Monte das Gameleiras, Poço Verde, Riachão, Serrinha, Acari, Quixaba, São João do Sabugi, Serra do Caramuru, Tapuio e Totoró, dos quais se tinham disponíveis na literatura análises litoquímicas. A partir da base dados compilados, e integração desses, notou-se que as rochas pertencentes a suíte shoshonítica no DRN são tipicamente rochas transicionais entre Cálcio-alcalina a alcalina ou subalcalina, porém quimicamente exibe particularidades. As rochas pertencentes são tipicamente básicas a intermediárias, enriquecidas em Fe2O3, MgO, CaO, TiO2, MnO e K2O, todos com correlações negativas em diagramas de variação do tipo Harker,e exceto o K2O que se correlaciona positivamente. Geocronologicamente, as rochas dessa série são as representantes mais antigas do magmatismo ediacarano no DRN. Com relação aos parâmetros intensivos de cristalização, as pressões foram calculadas com base em geobarômetros empíricos e experimentais de Al em hornblenda e notou-se incialmente que essas rochas são relativamente semelhantes para os domínios São José do Campestre (DJC) e Rio Piranhas-Seridó (DPS), com pressões médias 5,6 kbar e 5,2 kbar respectivamente. As
temperaturas médias também se exibiram pouco destoantes entre os dois domínios, cujos plútons do DJC exibem médias aproximadas 782 ± 22 °C; ao passo que o DPS 746 ± 22 °C. Tais características são sugestivas de um único magma gerador para esses plútons em ambos os domínios. A estimativa das condições de fugacidade de oxigênio baseada na composição de anfibólios indica que são predominantemente altas e subordinadamente intermediárias, características típicas pra esse tipo de rocha.