Sismoestratigrafia e geomorfologia sísmica dos depósitos fluviais a marinhos rasos da Formação Açu, Albo-Cenomaniano da Bacia Potiguar, Margem Equatorial Brasileira.
Formação Açu; Margem Equatorial Brasileira; sismoestratigrafia; estratigrafia de sequências; geomorfologia sísmica.
A Formação Açu, integrante do arcabouço estratigráfico da Bacia Potiguar, corresponde a uma sucessão siliciclástica depositada entre o Eoalbiano e o Cenomaniano, a partir de sistemas fluviais, deltaicos, estuarinos e marinhos rasos. Os depósitos dessa unidade são especialmente importantes, uma vez que eles detêm cerca de 70% das reservas de hidrocarbonetos da bacia. Nesse contexto, a principal finalidade desta pesquisa constitui a caracterização estratigráfica dos depósitos da Formação Açu, a partir do reconhecimento de superfícies e unidades da estratigrafia de sequências. Além disso, a geomorfologia sísmica vem sendo utilizada com o objetivo de definir a arquitetura deposicional das unidades reconhecidas. Para tal propósito, estão sendo empregados, inicialmente, dados sísmicos (2D e 3D) e de poços dispostos na plataforma continental da Bacia Potiguar. As interpretações sismoestratigráficas, concatenadas com a análise dos perfis geofísicos e litológicos dos poços, levaram ao reconhecimento de onze horizontes sísmicos representativos de superfícies estratigráficas significativas (limites de sequência, superfícies de inundação e regressivas máximas). Esses horizontes limitam três sequências deposicionais (denominadas 1, 2 e 3), como também são subdivididas, cada qual, em três tratos de sistemas: de nível baixo, transgressivo e de nível alto. As técnicas de horizon slices e proportional slices, inseridas no arcabouço da geomorfologia sísmica, estão sendo aplicadas às unidades e superfícies reconhecidas, com o auxílio dos atributos sísmicos RMS amplitude e sweetness. Essas técnicas possibilitaram, até o momento, a identificação de feições lineares e paralelas à linha de costa, que foram interpretadas como shelf sand ridges. Tais feições apresentam valores altos a intermediários dos atributos sísmicos e ocorrem associadas aos tratos de sistemas transgressivos das sequências 1 e 3, o que evidencia uma relação genética com os eventos de transgressão. Os shelf sand ridges podem constituir importantes plays exploratórios de águas rasas, considerando que correspondem a corpos areníticos envoltos por pelitos marinhos.