MODELAGEM ANALÓGICA DA COLOCAÇÃO DE CORPOS SALINOS EM
AMBIENTES DISTENSIONAIS
Modelagem Analógica; Tectônica Salina; Sistemas Distensionais.
A compreensão e evolução da tectônica salina é notavelmente importante para a exploração de hidrocarbonetos, fertilizantes agrícolas, bem como para estocagem de CO 2 em cavernas de sal. Por essas razões, o estudo das formas salinas em centenas de bacias evaporíticas ao redor do mundo vem evoluindo ao longo dos anos com a identificação de uma variedade enorme de novas estruturas salinas associadas a eventos e causas diversas. Este trabalho explora processos como nucleação e evolução de estruturas salinas individuais e sua relação com a sobrecarga sedimentar em diferentes condições de contorno distensionais e gravitacionais. Areia quartzosa e silicone foram utilizados nos experimentos como análogos da cobertura sedimentar e do sal respectivamente; os resultados experimentais documentaram que tanto o fluxo como a espessura da camada de silicone têm impacto na localização e geometria do arcabouço estrutural dos modelos. Nos modelos experimentais, configurados contendo camada de silicone espessa, foram desenvolvidos diápiros simétricos, grábens e falhas normais bem distribuídas e espaçados ao longo do modelo. Nos modelos elaborados com camada de silicone mais delgadas, as estruturas de silicone são geometricamente assimétricas, tais como rollers e são menos distribuídas e mais localizadas ao longo do modelo. Nos experimentos que simularam a tectônica gravitacional, a mobilidade do silicone possibilitou a formação de estruturas diversas nas compartimentações proximal, transicional e distal. Em geral observamos que as estruturas formadas no domínio distal evoluíram de forma mais lenta e gradual, ao passo que as estruturas formadas no domínio transicional e proximal se desenvolveram mais tardiamente, porém de modo acelerado quando preenchidas por silicone. Em relação a geometria dos corpos diápiros desenvolvidos nos modelos dominados por processos gravitacionais, no setor proximal foram nucleadas paredes de silicone contínuas lateralmente e perpendiculares a direção do fluxo de silicone, que em perfil exibem formas simétricas com terminações laterais retilíneas. Por sua vez, os corpos de silicone formados no domínio distal imitam a geometria de grábens sigmoidais e apresentam perfis assimétricos. Os modelos experimentais elaborados neste trabalho permitiram visualizar e caracterizar evolução de estruturas salinas individuais, bem como o reconhecimento dos diferentes padrões de fluxo salino de acordo com o regime estrutural atuante.