PETROGRAFIA E MODELAGEM GEOQUÍMICA DE ROCHAS SHOSHONÍTICAS NA REGIÃO DE SÃO JOÃO DO SABUGI, RN
Suíte shoshonítica; Modelagem geoquímica; Província Borborema
O Plúton São João do Sabugi e corpos satélites correlatos, nas proximidades da cidade homônima no Rio Grande do Norte, é uma das mais expressivas ocorrências individuais de rochas de afinidade shoshonítica no Domínio Rio Piranhas-Seridó da Província Borborema e seu estudo detalhado permite melhor compreender os processos genéticos e evolutivos da suíte magmática shoshonítica no extremo nordeste da Província Borborema. O plúton e alguns de seus corpos satélites foram estudados do ponto de vista petrográfico e litoquímico, incluindo modelamento geoquímico, visando a melhor caracterização dos processos de diferenciação magmática envolvidos e dos parâmetros intensivos de cristalização. Os litotipos identificados foram agrupados em duas fácies petrográficas: Fácies I (termos mais máficos), que inclui rochas gabroicas com labradorita (An50-63%) e paragênese máfica principal clinopiroxênio ± ortopiroxênio + anfibólio ± biotita; e Fácies II, com termos máficos e intermediários, desde dioritos e monzodioritos, até quartzo monzonitos e granodioritos, com paragênese máfica principal anfibólio + biotita, com plagioclásio variando entre oligoclásio e andesina (An22-45%). As rochas da fácies I mostram afinidade cálcio-alcalina, enquanto as rochas intermediárias da fácies II possuem assinaturas cálcio-alcalinas de alto K a shoshoníticas (álcali-cálcicas). As temperaturas de liquidus e solidus foram modeladas com o programa MELTS entre 1300-1070 e 860-770 oC, respectivamente. Modelamentos geoquímicos sugerem que a cristalização fracionada de augita, labradorita, ortopiroxênio, magnetita e titanita dos gabros da fácies I pode originar os termos monzoníticos da fácies II. Estes, por sua vez, podem evoluir em direção aos termos granodioríticos via fracionamento de andesina, hornblenda, biotita, magnetita, titanita e apatita.