A PLANÍCIE COSTEIRA DO RIO SÃO FRANCISCO: retrabalhamento costeiro, formas de leito, vazão e clima
Dinâmica Costeira; Formas de fundo; Sonda de varredura lateral; Delta
O rio São Francisco está localizado no nordeste do Brasil e é o maior rio inteiramente brasileiro. Este rio tem sido afetado por retrabalhamento costeiro com tempos de severa erosão costeira. As mudanças sofridas pela linha de costa têm sido atribuídas a mudanças antrópicas, a exemplo da construção das barragens. O objetivo deste trabalho é entender os fatores que controlam as mudanças de curto prazo que afetam a linha de costa deste rio. Para isto, foram utilizadas imagens de satélites de diferentes periodos. (Landasat 7 ETM+, para 2009 e 2012 e Landasat 8 OLI para 2017), dados sonográficos e de sísmica rasa (dos anos de 2009 e 2012), hidrodinâmicos e sedimentológicos (do ano de 2009), bem como dados históricos de chuvas, vazão do rio, Índice Oceânico El Niño (ONI, em inglês), e de eventos de Zona de convergência Atlântico Sul (ZCAS). Esse conjunto de dados foram processados, analisados e integrados, com o intuito de identificar correlações com as variações na linha de costa. Os resultados obtidos mostraram que as formas de fundo não sofreram mudanças significativas, indicando que no período estudado o rio ainda estava transportando uma quantidade suficiente de sedimentos para a costa. Os eventos de ZCAS apresentaram mais influência nas chuvas do que os eventos ONI. A interferência antrópica através de barragens exerceu maior influência nas mudanças da linha de costas do que os regimes de chuvas. Indicam ainda que o Rio São Francisco é o principal provedor de sedimentos para a costa, dessa forma, este rio irá sempre encontrar um novo ponto de equilíbrio quando a sua descarga for controlada.