DESENVOLVIMENTO MORFO-ESTRUTURAL DO TERRAÇO CEARÁ: O ALTO MARGINAL OESTE DA ZONA DE FRATURA ROMANCHE
Alto Marginal, Zona de Fratura Romanche, Margem Equatorial Brasileira, Lineamento Transbrasiliano
Um Alto Marginal é uma característica morfo-estratigráfica proeminente associada à extremidade de uma Zona de Fratura Oceânica. A evolução de segmentos cisalhantes e divergentes de uma margem transformante controla a geração dos altos marginais. O Terraço Ceará (TC) é um alto marginal do limite oeste Zona de Fratura Romanche (ZFR) com a Margem Brasileira Equatorial. O alto marginal correspondente no lado oposto da ZFR é o Ivory-Coast Ghana Ridge (ICGR), na margem continental africana. Foram investigadas as influências tectônicas de estruturas continentais e oceânicas na formação do TC as diferenças entre o TC e ICGR. Os dados presentes consistem em 2000 km de linhas sísmicas 2D cruzadas (paralelas e transversais a linha de costa) no TC e RFZ e 4 poços exploratórios localizados em águas profundas da Bacia Ceará. A morfologia em superfície do TC apresenta uma crista assimétrica com a lateral norte alinhada com a ZFR gerando diferenças batimétricas de 850m. A morfologia em sub-superfície é representada por um alto marginal fóssil composto pela Sequencia Rifte. O alto marginal fóssil é limitado a sudeste por dois half-grabens associados a reativação de zonas de fraqueza preexistente do Lineamento Transbrasiliano. Essa estrutura foi soterrada pela Sequência Pós-Rifte a qual foi dividida por três unidades sedimentares: U1 (folhelho), U2 (carbonatos intercalados com folhelhos e finas camadas de arenito esparsas) e U3 (carbonato e folhelho). O alto marginal fóssil se localiza perto de um monte submarino associado a importantes eventos magmáticos no Oligoceno. Os altos marginais, CT e ICGR, são resultados de uma transpressão do Albiano Superior – Cenomaniano, soerguimento flexural causado por erosão e troca de calor com centro de espalhamento oceânico.