O mapeamento das feições em subsuperfície pode ser estabelecido em detalhes pela sísmica, utilizando perfilador de subfundo, equipamento hidroacústico de alta resolução. A área de estudo está situada no rio Açu, delimitada pelo seu estuário, litoral setentrional do estado do Rio Grande do Norte, nordeste do Brasil. Localmente, o estuário está inserido em um ambiente constituído por: planície de inundação flúvio-marinha, ecossistema de manguezal, bancos arenosos, campos de dunas, pontais e praias arenosas. O presente trabalho teve como objetivo geral a caracterização de feições deposicionais e erosionais no estuário do Rio Açu, através da aquisição, processamento e interpretação de dados sísmicos de alta resolução e sondagens geológicas. Utilizando o perfilador de subfundo X-Star, do tipo chirp, com faixa de frequência entre 0,5-7,2 KHz, foram adquiridas 7 linhas sísmicas (quatro transversais e três paralelas ao curso do rio), totalizando, aproximadamente, 16 Km de aquisição. As sondagens foram realizadas em 7 pontos distintos ao longo do estuário, utilizando dois métodos de perfuração: vibracore e percussivo. Os testemunhos apresentaram comprimento variando entre 0,42 m e 4,27 m. Os dados sísmicos processados apresentaram excelente qualidade e permitiram a visualização de diversos elementos arquiteturais característicos de depósitos fluviais, tais como: depósitos de acreção lateral, canal com base erosional côncava, depósitos de preenchimento. Além disso, também foram observadas formas de fundo do tipo dunas subaquosas e fundo plano. Adicionalmente, refletores bem marcados foram interpretados como: (1) superfície de truncamento erosional; e (2) possível contato Pleistoceno-Holoceno. Os testemunhos recuperados nas sondagens apresentaram uma alternância entre níveis argilosos e níveis arenosos (variando entre muito fina a grossa) que permitiram a correlação entre a geofísica e a geologia da área de estudo.
Sísmica rasa, processamento sísmico, depósitos estuarinos, estratigrafia sísmica, formas de fundo.