Análise Estratigráfica da Sequência Mesodevoniana-Eocarbonífera da Bacia Do Parnaíba, Nordeste Do Brasil.
do Parnaíba; Estratigrafia de Sequências; Devoniano; Poços; Sísmica.
RESUMO
A Sequência Mesodevoniana-Eocarbonífera da Bacia do Parnaíba, litoestratigraficamente definida como Grupo Canindé, foi reinterpretada empregando-se o modelo básico da estratigrafia de sequências. Para tanto, foram analisados perfis litológicos e de raios gama de poços e linhas sísmicas da região central da bacia, elaborando-se a partir daí diagramas 1D, mapas de isócoras e uma seção estratigráfica.
Como resultados deste trabalho, foram definidos dois ciclos deposicionais de segunda ordem, referidos como Sequência Deposicional 1 (SEQ1) e Sequência Deposicional 2 (SEQ2). A SEQ1, com cerca de 37 Ma, é limitada abaixo pela Discordância Eodevoniana e equivale às formações Itaim, Pimenteiras e Cabeças.
A SEQ1 se inicia com o Trato de Sistemas de Nível Baixo, constituído por conjuntos de parassequências progradacionais em que a parte basal, predominantemente pelítica, depositou-se em um contexto de prodelta sob influência de tempestades e a superior é composta por arenitos de frente deltaica, tendo como limite superior a superfície regressiva máxima. O Trato de Sistemas Transgressivo, depositado acima, é caracterizado por conjuntos de parassequências retrogradacionais, compostos predominantemente por pelitos de plataforma rasa, depositados sob ação de tempestades. A superfície transgressiva máxima, limite superior deste trato, é posicionada em um nível de folhelho cuja radiatividade no perfil de raios gama é próxima a 150 API. O Trato de Sistemas de Nível Alto apresenta conjuntos de parassequências progradacionais, compostos por pelitos e arenitos depositados em ambientes plataformal, flúvio-estuarino e periglacial, tendo como limite superior a Discordância Neodevoniana.
A SEQ2, que se segue, compreende um intervalo de cerca de 15 Ma e equivale à Formação Longá. A mesma foi depositada em ambiente plataformal, iniciando com o Trato de Sistemas de Nível Baixo, caracterizado por um conjunto de parassequências progradacional, seguido do Trato de Sistemas Transgressivo, de caráter retrogradacional. O limite superior deste trato corresponde à superfície transgressiva máxima ou ainda, a fusão desta superfície com o limite de sequência, que constitui a Discordância Eocarbonífera, onde a seção sobreposta foi erodida. Tal seção, que corresponde ao Trato de Sistemas de Nível Alto, é restrita às porções em que a erosão que originou a Discordância Eocarbonífera foi menos efetiva, preservando os registros desta unidade.