INFLUÊNCIA DA ESTRATIGRAFIA MECÂNICA NO DESENVOLVIMENTO DE FALHAS DISTENSIONAIS EM BACIAS DO TIPO RIFTE: CONTRIBUIÇÃO DA MODELAGEM FÍSICA.
Modelagem Física; Estratigrafia Mecânica; Falhas Normais.
A modelagem física é uma ferramenta cada vez mais utilizada para melhorar o entendimento da formação e desenvolvimento das estruturas geológicas. O crescimento na utilização dessa ferramenta é impulsionado principalmente, mas não exclusivamente, pela indústria do petróleo onde a análise estrutural é importante para a definição da geometria das estruturas que possam constituir armadilhas para o hidrocarboneto.
O presente trabalho teve como objetivo o estudo da influência do contraste reológico na nucleação e desenvolvimento de falhas e fraturas em contexto de bacias ortogonais e sub-bacias conjugadas oblíquas à direção de distensão. Os materiais utilizados incluem pó de gesso, microesferas de vidro, argila seca e areia quartzosa. Alguns experimentos foram realizados com o acompanhamento do PIV (Particle Image Velocimetry), instrumento que registra a movimentação das partículas granulares a cada instante deformacional.
Duas séries de experimentos foram realizadas: i) A série MO representa os experimentos que geraram uma bacia ortogonal à direção de distensão. Vários experimentos foram realizados, variando-se os materiais, a espessura dos estratos, além da presença, em alguns experimentos, de sedimentação sintectônica. Verificou-se que há diferenças de comportamento das falhas geradas nas camadas de materiais reologicamente distintos. As camadas de pó de gesso comportaram-se de forma mais competentes do que as camadas de areia quartzosa e microesfera de vidro, levando à formação de um maior número de falhas. De forma geral, as falhas nas camadas de gesso foram nucleadas a partir de fraturas e geraram blocos com a clássica geometria em dominó. A passagem das falhas de um estrato menos competente para um mais competente é marcada pelo aumento acentuado do mergulho. Brechas cataclásticas são desenvolvidas em algumas falhas, mas com histórias de desenvolvimento diferente, dependendo da configuração inicial do modelo. ii) A série MO-S2 representa os experimentos com a formação de bacias conjugadas, obliquas à direção de distensão. Um experimento constituído apenas de estratos de areia quartzosa foi comparado com outro contendo contraste reológico entre os estratos. No experimento sem contraste reológico dois depocentros importantes se desenvolveram junto às falhas das bordas das bacias ao contrário da sequência com estratigrafia mecânica. Embora ambos apresentem sistemas de falhas oblíquas, no modelo estratificado as falhas são mais numerosas, maiores e desenvolvem-se de forma mais rápida (com menor intensidade de distensão).