Controle estrutural do carste hipogênico da Toca da Boa Vista,
Bahia, Brasil
carste hipogênico, controle estrutural, dissolução, Formação
Salitre.
Aproximadamente 50% do óleo mundial pode ser encontrado em rochas
carbonáticas, algumas delas em sistemas cársticos. Parâmetros como
porosidade e permeabilidade nestas rochas podem mudar devido a processos
diagenéticos e gerar rochas reservatório. Neste contexto, torna-se importante
analisar a geologia estrutural relacionada a espeleogênese e predição de
reservatório. Este trabalho tem como objetivo apresentar as feições estruturais
dos calcários da Formação Salitre (Grupo Una), especialmente os que estão
localizados no carste da Toca da Boa Vista, perto do município de Campo
Formoso, norte da Bahia. As rochas carbonáticas pertencem ao Supergrupo
São Francisco, uma cobertura neoproterozóica do cráton São Francisco.
Processos de dissolução em profundidade, com ação de fluidos ascendetes
caracteriza carste do tipo hipogênico nestes calcários, e, geraram condutos e
galerias. A extensão da Toca da Boa Vista (mais de 100 km) a coloca como
uma das maiores da América do Sul. O padrão estrutural encontrado em
subsuperfície pode estar representado também em superfície, assim a
metodologia utilizada inclui dados de superfície e de subsuperfície. Os
condutos tem orientação preferencial NE-SW e E-W. Mapas de lineamentos de
relevo, extraídos a partir de dados SRTM (Shuttle Radar Topography Mission)
da área em estudo mostram direções preferenciais NE-SW, E-W e NW-SE. As
principais feições estruturais encontradas nas cavernas são juntas, dobras e
falhas, associadas a estas feições, pode-se observar as seguintes morfologias:
rift like passages, feeders e cúpolas. Mapas estruturais, mapas de lineamentos
foram elaborados com o uso dos softwares ArcGis (9.3). Gráficos gerados com
os softwares GeoOrient (9.4.5) e Openstereo, permitiram analisar as feições
em superfície e em subsuperfície, indicando que tanto para os lineamentos
extraídos a partir de imagens SRTM quanto os condutos mapeados nas
cavernas são controlados por estruturas tectônicas.