Avaliação hidroquímica, qualidade das águas subterrâneas e aspectos da vulnerabilidade do
Sistema Aquífero Barreiras na Bacia do Rio Pirangi/RN
Bacia do Rio Pirangi; Sistema Aquífero Barreiras; Análise Hidroquímica; Análise de Vulnerabilidade.
A Bacia hidrográfica do Rio Pirangi, localizada na Região Metropolitana de Natal, apresenta área de 436 Km2, sendo composta pelas sub-bacias dos rios Pitimbu, Taborda e Pium. A ocorrência do Aquífero Barreiras na região tem concedido à área grande importância hidrogeológica, uma vez que suas águas são imprescindíveis para o abastecimento das populações urbanas e rurais e desenvolvimento industrial e agrícola regional. Além disso, o desenvolvimento urbano sem planejamento adequado da cidade de Parnamirim/RN, presente na área de estudo, requer não apenas uma avaliação dos problemas gerados, mas também medidas apropriadas de proteção aos recursos naturais, sobretudo das águas subterrâneas. O presente trabalho é vinculado ao projeto da Rede FINEP/CNPq – CT – Hidro (Potencialidades e definição de estratégias de manejo das águas subterrâneas da região de Parnamirim/RN) e tem como objetivo avaliar hidroquimicamente as águas do Sistema Aquífero Barreiras na Bacia do Rio Pirangi, permitindo classificá-las de acordo com as fácies hidrogeoquímicas, orientar o uso de acordo com a qualidade dessas e discutir aspectos da vulnerabilidade do aquífero na região. A partir do cadastramento de 30 poços tubulares, distribuídos ao longo da área de estudo, foram coletadas amostras (novembro de 2017) e analisados os seguintes parâmetros: pH, condutividade elétrica, sólidos totais dissolvidos e dos íons sódio, potássio, cálcio, magnésio, ferro, cloreto, bicarbonato, sulfato e nitrato. A partir dos resultados das análises químicas, foram elaborados mapas de isovalores, além da plotagem dos dados nos diagramas de Piper, Durov Expandido e Stiff. A análise de vulnerabilidade foi realizada através do método GOD. De modo geral, as águas do Aquífero Barreiras na área de estudo se caracterizam como levemente ácidas e de baixa salinidade, abrangendo águas cloretadas mistas (43,33%), cloretadas sódicas (36,67%), cloretadas magnesianas (6,67%), bicarbonatadas mistas (6,67%) e bicarbonatas cálcicas (3,33%). Foi identificada contaminação das águas subterrâneas por nitrato em 30% das amostras, com destaque para as regiões mais urbanizadas. A análise dos mapas de isovalores revelou que apesar da influência do fluxo subterrâneo nas variações hidrogeoquímicas das águas subterrâneas na área de estudo, outros fatores devem ser imprescindivelmente considerados, como influência de efluentes urbanos, de atividades agrícolas e de variações climáticas. A análise de vulnerabilidade identificou a porção norte da área de estudo como de baixa vulnerabilidade. As áreas de média vulnerabilidade se estendem para os setores sul e parte do oeste. Foram ainda identificadas quatro zonas de alta vulnerabilidade: uma na porção oeste, ao longo dos mananciais superficiais (caracterizados como efluentes) e outras duas, de menor área, nas porções leste e nordeste.