Organização do trabalho colaborativo para inclusão
Educação Inclusiva; Teoria Histórico Cultural da Atividade; Aprendizagem Expansiva; Trabalho colaborativo.
Pensar em uma Educação Inclusiva é buscar ferramentas e estratégias para proporcionar um trabalho que vise a participação e aprendizagem de todos os estudantes. A organização do trabalho colaborativo entre os profissionais é um dos aspectos que pode auxiliar nesse processo, principalmente, na inclusão dos estudantes público alvo da educação especial (PAEE). Nesse sentido, a pesquisa foi conduzida em uma escola pública localizada na Zona Norte de Natal/ RN e teve como objetivo geral: desenvolver, implementar e avaliar uma formação continuada, com vistas à organização do trabalho colaborativo para a inclusão de todos os estudantes, junto aos professores do Ensino Fundamental, gestão, coordenação, professores da Educação Especial, professor intérprete de Libras e professores da SRM. E, como objetivos específicos: 1) acompanhar a aprendizagem expansiva durante a formação; 2) refletir sobre a organização do trabalho colaborativo para a inclusão escolar; 3) entender o potencial de formações colaborativas para a organização do trabalho na escola e 4) produzir um guia orientador para formações colaborativas em contextos escolares. A pesquisa foi orientada pela Teoria Histórico-Cultural da Atividade, tendo destaque a compreensão de aprendizagem expansiva, teorizada por Engeström (2002, 2016), que diz respeito à produção coletiva de novas aprendizagens, de mudanças. Configura-se como uma pesquisa colaborativa (IBIAPINA, ALBUQUERQUE, 2016), que teve os dados produzidos a partir de entrevistas, de questionários e, principalmente, da formação com os professores. Essa formação é compreendida como intervenção formativa que se caracteriza como organização de um processo de transformação, constantemente remodelado pela dinâmica organizacional e política interna e pelas condições específicas que ela encontra ou cria (ENGESTRÖM, 2011). A intervenção formativa teve dez encontros on-line, com o suporte da plataforma Google Meet, realizados entre outubro de 2021 e junho de 2022, com o objetivo de criar espaços de compartilhamento e construção de aprendizagens para a organização do trabalho colaborativo inclusivo. Os dados foram interpretados a partir da análise textual discursiva (MORAES, 2003), tendo como eixo as ações de aprendizagem expansiva. Assim, as discussões da formação concentraram-se nas ações de questionamento, de análise histórica e empírica de modelagem e de exame do novo modelo; não se logrou completar o ciclo de aprendizagem expansiva com consolidação das novas práticas discutidas. Se buscava reflexão e construção de ferramentas que contribuíssem para o trabalho colaborativo e inclusão na escola; as ações de questionamento voltaram-se para a organização do planejamento e para as articulações entre os profissionais; as ações de análise buscaram compreender o contexto e a organização do trabalho colaborativo na instituição; as ações de modelagem tomaram forma na criação de um organograma e o uso do Drive da instituição como ferramentas para a resolução aos questionamentos postos; as ações de exame do novo modelo se detiveram em apontar dificuldades para o uso do Drive. Articuladas à categoria da aprendizagem expansiva, também se discutiu inclusão, colaboração, planejamento, formação de professores, categorias que estiveram entrelaçadas em toda a construção textual. As reflexões da pesquisa também foram base para a construção de um guia orientador de formação colaborativa, produto que é requisito do mestrado profissional. Percebe-se o potencial do trabalho colaborativo para a construção de práticas inclusivas, considerando tanto o trabalho no cotidiano da escola, como o trabalho conduzido nas formações.