Remoção de HPA de Água Produzida Utilizando Sistema Microemulsionado
Água produzida, HPA, microemulsões, tensoativo
A água produzida é o maior volume de líquido gerado durante a produção e processamento de petróleo e gás natural e, a sua composição pode conter vários compostos tóxicos naturais, dentre eles têm-se os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA), cuja presença causa efeitos nocivos ao meio ambiente. O presente trabalho aborda um estudo sobre a remoção de 15 HPA em água produzida utilizando sistemas microemulsionados. Para isso, foi desenvolvido um diagrama de fases pseudoternário constituído por água produzida enriquecida com HPA, como fase aquosa (FA), n-hexano como fase óleo (FO) e n-butanol e CTAB como cotensoativo (C) e tensoativo (T), respectivamente, a uma razão C/T = 4. A partir da construção do diagrama, na região de interesse, Winsor II (WII), foi escolhido um ponto com uma alta porcentagem de FA para testar o tratamento. Esse ponto (90% FA, 5% FO e 5% C/T) foi avaliado de duas maneiras: utilizando um precursor de formação de microemulsão com a FA e a matéria ativa e a microemulsão formada nesse ponto. A avaliação qualitativa, realizada por meio de espectroscopia de fluorescência, mostrou que houve tratamento da água para ambos os métodos, porém, a avaliação quantitativa, realizada por meio de cromatografia líquida de alta resolução com detector de fluorescência (HPLC-FLD), mostrou que a extração utilizando a microemulsão foi mais eficiente. Com isso, foi realizado um planejamento experimental simplex centróide para que o estudo da influência das fases fosse mensurado e, assim, fosse possível identificar o ponto ótimo de extração. As amostras foram analisadas por HPLC-FLD e seus resultados mostraram que cada HPA apresentou uma superfície de resposta diferente, porém, com exceção do benzo(k)fluoranteno, todos apresentaram um máximo de extração no ponto de microemulsão com a composição de 90% FA, 5% FO e 5% C/T, cuja eficiência de extração de HPA Total foi de 99,6% e do benzo(k)fluoranteno, 98%. Esse resultado mostra que essa técnica é promissora para o tratamento da água produzida na remoção de HPA, constituindo-se em uma alternativa para o tratamento desse rejeito.