O BULLYING COMO QUESTAO SOCIOCIENTIFICA: CAMINHOS PARA RECONSTRUCAO DE NARRATIVAS NO CONTEXTO ESCOLAR DA REDE PUBLICA ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Violência escolar. Prevenção do bullying. Pesquisa-ação. Alfabetização científica.
O Bullying caracteriza-se por um quadro de agressões contínuas, repetitivas, com características de perseguição do agressor contra a vítima. Apesar do fenômeno ser conhecido e explorado no ambiente escolar, os casos de violência têm aumentado, daí a importância de se pensar em estratégias mais eficazes. Por se tratar de uma questão sociocientífica é interessante estimular o debate e reflexão entre os diferentes atores envolvidos nesta problemática para descobrir novos caminhos em busca de soluções mais efetivas. A problemática deste estudo é descobrir como uma pesquisa-ação, que envolve ativamente a colaboração de alunos, educadores, comunidade escolar , instância administrativa da educação básica e pesquisadores, considerando as diferentes perspectivas e experiências, pode fomentar ações educativas com potencial para influenciar positivamente, de forma robusta e eficaz a cultura escolar em relação ao bullying, no sentido de aspirar o aumento na percepção e diminuição da incidência de casos, e nas atitudes e práticas de prevenção e intervenção? Tem-se como objetivo geral, desenvolver uma intervenção didática, oficina, como medida de prevenção e combate ao bullying no ambiente escolar. A presente pesquisa, foi realizada entre os anos de 2022 e 2024, em três escolas da rede estadual, nono ano, fase final do ensino fundamental e segundo ano do ensino médio. O grupo focal da pesquisa ação é constituído por profissionais efetivos da Secretaria Estadual de Educação, sociólogo, assistente social , historiador, psicólogos, representante do alunos e professores das escolas, além da pesquisadora e orientadora. Os dados foram coletados por observação sistemática, entrevistas semiestruturadas e questionários estruturados, e serão analisados por intermédio da análise textual discursiva, buscando-se como resultado um ambiente escolar mais seguro, inclusivo e saudável para os membros da comunidade educativa. Com base nos resultados, sugere-se que os materiais e metodologias desenvolvidos durante a oficina sejam incorporados ao protocolo pedagógico das escolas e aplicados pelos professores, com o apoio do Núcleo Estadual de Educação e Direitos Humanos (NEEPDH). Essa abordagem permitirá a continuidade do trabalho, ampliando o alcance das reflexões e práticas construídas, e fortalecendo a cultura de respeito e inclusão no ambiente escolar. Conforme as discussões/debates, percebeu-se a necessidade de práticas mais estruturadas que abordem tanto os fatores sociais e familiares quanto a formação contínua dos educadores. A proposta buscou, assim, promover ações efetivas de conscientização e intervenção nas escolas, alinhadas com a realidade local e baseadas nas discussões e análises realizadas no grupo focal.