ORNAMENTOS NO ISLÃ MEDIEVAL: ENSINANDO CONCEITOS DE GEOMETRIA À LUZ DA TEORIA DA OBJETIVAÇÃO
Palavras chaves: Ornamentos islâmicos medievais, Geometria, Abu’l Wafa, Teoria da Objetivação
O ensino de geometria na educação básica do Brasil é de suma importância. Uma das características principais deste campo da matemática é a de estabelecer relações interdisciplinares com outras áreas do conhecimento. Diante disto, o presente trabalho consiste na apresentação de um caderno de atividades (produto educacional) que tem por objetivo evidenciar aos professores de matemática novas reflexões e possibilidades para o ensino de conceitos geométricos na educação básica. Para tanto, nossos estudos mergulham na história da matemática islâmica medieval, onde encontramos em Ozdural (2000) evidências de que em Bagdá, no século X, o estudioso persa Abu’l Wafa (940-998) teria participado de reuniões colaborativas com artesãos para discutir sobre técnicas geométricas nas construções de ornamentos. Este contexto, nos apontou um caminho pedagógico desafiador em que entrelaçamos três elementos de estudo, são eles: História da matemática islâmica, ornamentos islâmicos e geometria. Diante deste desafio, optamos pela Teoria da Objetivação (TO) elaborada pelo professor Luís Radford como a teoria de ensino capaz de estruturar as atividades e orientar as ações didáticas. A aplicação do caderno na íntegra não ocorreu devido à realidade da pandemia epidemiológica da Covid-19, contudo escolhemos analisar uma testagem piloto ocorrida em 08 de novembro de 2019, quando oferecemos um minicurso na semana da matemática da UFRN para professores e alunos da licenciatura em matemática. Neste evento, constatamos nas manifestações dos participantes por meio de filmagens, diário de campo e observações participativas que os problemas propostos conseguiam ser discutido por todos e proporcionavam muitos caminhos para a resolução. Além disso, se percebeu o desenvolvimento de novas formas de colaboração entre os grupos de trabalho, assim como, a evidência de uma matemática mais humana por meio da nossa abordagem sob um olhar estético, histórico e artístico.