Impacto das Contenções Fixas Inferiores nos tecidos periodontais: Um Estudo Observacional
Contenções Ortodônticas; Aparelhos Ortodônticos Fixos; Ortodontia; Retração Gengival; Periodontia.
O uso de contenções ortodônticas fixas pode impactar na saúde periodontal, principalmente devido à dificuldade na higiene bucal favorecendo o acúmulo de biofilme dentário. Além disso, falhas na contenção ortodôntica ou na sua instalação podem resultar em movimentações dentárias indesejadas, contribuindo para o desenvolvimento de alterações mucogengivais. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é avaliar e associar a presença de alterações mucogengivais e os parâmetros clínicos periodontais em indivíduos que utilizam contenções ortodônticas fixas nos dentes anteriores inferiores. Tratou-se de um estudo transversal observacional, com 32 pacientes, que avaliou alterações mucogengivais, parâmetros clínicos periodontais e movimentações dentárias indesejadas em pacientes com contenções ortodônticas fixas inferiores. Para coleta de dados foram avaliados os parâmetros de higiene bucal: índice de placa visível e índice de sangramento gengival. Também foram coletados os parâmetros clínicos periodontais: profundidade de sondagem, nível clínico de inserção, recessão gengival, fenótipo gengival e índice de sangramento a sondagem. Além disso foram analisados o tipo de inserção do freio labial, a integridade da contenção ortodôntica e registros fotográficos intrabucais para avaliação de movimentação dentária. Os dados foram analisados por meio dos testes de Shapiro-Wilk, ANOVA com pós-teste de Tukey, Kruskal-Wallis com comparações de Dwass-Steel-Critchlow-Fligner, qui-quadrado de Pearson e teste exato de Fisher. Os resultados deste estudo, indicam que contenções ortodônticas fixas inferiores podem estar associadas a alterações periodontais. A contenção do tipo higiênica apresentou os maiores índices de placa visível (p = 0,004) e sangramento gengival (p = 0,025), embora profundidade de sondagem e nível clínico de inserção não tenham diferido entre os tipos. Houve maior prevalência de recessão gengival vestibular em dentes vestibularizados (p < 0,001) e tendência em indivíduos com fenótipo gengival fino, sem associação significativa com o tipo ou fixação da contenção. A percepção dos pacientes refletiu os achados clínicos: 53,12% relataram sangramento gengival, 31,25% sensibilidade e 53,12% dificuldade na higienização. Esses resultados sugerem possível associação entre contenções fixas inferiores e alterações periodontais.