Avaliação da correlação entre os estágios de maturação da sutura palatina mediana e a espessura do palato em tomografias computadorizadas de feixe cônico
Palato; Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico; Técnica de Expansão Palatina
Introdução: A maturação da sutura palatina mediana (SPM) parece ser influenciada por fatores intrínsecos ao indivíduo, como a idade e o sexo. No entanto, ainda não se sabe se a espessura do palato também pode influenciar no processo maturacional sutural. Objetivo: Correlacionar os estágios de maturação da sutura palatina mediana com a espessura do palato por meio de tomografias computadorizadas de feixe cônico (TCFC). Material e métodos: Foram analisados 145 exames de TCFC da maxila de indivíduos de ambos os sexos, com idades entre 15 e 40 anos, divididos igualmente em cinco grupos etários: 15-20 anos, 21-25 anos, 26-30 anos, 31-35 anos e 36-40 anos. O software RadiAnt DICOM Viewer® foi utilizado para avaliar o estágio de maturação da SPM e a espessura do palato. O estágio de maturação da SPM foi classificado como A, B, C, D ou E, com base na observação dos cortes axiais da maxila na TCFC. A espessura óssea do palato foi mensurada no plano sagital, em intervalos de 2 mm a partir da margem mais posterior do canal incisivo em direção à espinha nasal posterior, até uma distância de 34 mm. Em cada um desses sítios, a espessura foi medida perpendicularmente à superfície óssea, desde a borda externa da cortical palatina até a borda externa da cortical do canal incisivo ou do assoalho da cavidade nasal. A região anterior do palato foi representada pelos sítios de 0 a 10 mm; a região média, de 12 a 22 mm; e a região posterior, de 24 a 34 mm. O nível de concordância intraexaminador e interexaminador para a maturação da sutura palatina mediana foi avaliado por meio do coeficiente Kappa, enquanto a reprodutibilidade das medições da espessura do palato foi analisada através do Coeficiente de Correlação Intraclasse (CCI). A correlação entre os estágios de maturação da SPM e a espessura óssea do palato foi avaliada por meio do teste de Correlação de Spearman e a influência das variáveis independentes sobre as dependentes foram analisadas por meio da regressão linear múltipla. Os testes foram realizados nos softwares Jamovi® ou SPSS®, adotando-se um nível de significância de 5% (p≤0,05). Resultados: Observou-se uma correlação negativa, de fraca a moderada, entre a espessura óssea do palato e os estágios de maturação da SPM, principalmente nas regiões média e posterior, em ambos os sexos, a partir dos 21 anos. A espessura óssea da região média do palato e a idade foram os principais preditores do grau de maturação sutural, de modo que espessuras menores no terço médio do palato e maiores idades estiveram associadas a maior consolidação da sutura. Conclusão: A espessura óssea da região média do palato pode ser utilizada como preditora da maturação da sutura palatina mediana, especialmente quando associada à idade cronológica.