"Extração, caracterização e avaliação bioativa do extrato de Rumex acetosa"
Rumex Acetosa, Extração supercrítica, Resveratrol, Atividade antioxidante e Compostos fenólicos totais
Estudos revelam a grande influência dos radicais livres e outros oxidantes como responsáveis pelo envelhecimento e por doenças degenerativas, por sua vez, os compostos fenólicos naturais tem-se apresentado como ótimos antioxidantes por inibirem a peroxidação lipídica e a lipooxigenase in vitro. Dentre estes, encontra-se em destaque o trans-resveratrol (3,5,4’–trihidroxiestilbeno), composto fenólico, caracterizado como um polifenol da classe estilbeno. Na hortaliça popularmente conhecida como “Azedinha” (Rumex acetosa) foi encontrado o trans-resveratrol e a partir disto, o presente trabalho teve como objetivo geral o estudo sobre a extração supercrítica e a extração convencional (Soxhlet e sequencial) em raízes da Rumex acetosa, avaliando tanto a eficiência dos processos extrativos quanto a atividade antioxidante, o teor de fenólicos totais e a quantificação do trans-resveratrol contido nos extratos. As extrações supercríticas utilizaram CO2 adicionado de co-solvente (etanol) e foram conduzidas pelo método dinâmico em um extrator capaz de operar com dióxido de carbono e co-solvente (etanol), obedecendo a um planejamento fatorial 23 com triplicata no ponto central, tendo como variável resposta o rendimento do processo e a concentração de trans-resveratrol e como variáveis independentes a pressão, a temperatura e o percentual de co-solvente. Os rendimentos (massa de extrato seco/ massa de matéria-prima utilizada) da extração supercrítica variaram de 0,8 a 7,63%, sendo que o melhor resultado foi obtido a 250 bar e 90°C, com uso do co-solvente etanol a 15% (v/v). O valor de YCER foi calculado para uma vazão de 0,6 g/min de CO2 resultando em 0,0782 (g soluto/ g solvente). Os resultados de rendimento em massa para as extrações convencionais variaram entre 0,779% (hexano) e 9,97% (etanol). Os modelos estatísticos gerados a partir destes dados de rendimento e de concentração de trans-resveratrol demonstraram que eram significativos e preditivos para uma confiança de 95% através do teste do F. Através de análises cromatográficas em CLAE, utilizando uma coluna C8 (150 x 4,6 mm), o trans-resveratrol foi quantificado em todos os extratos obtidos e os valores de concentração variaram entre 0,0033 e 0,42 (mg/g extrato) para os extratos supercríticos e entre 0,449 e 17,046 (mg/g extrato) para extrações convencionais, sendo a extração Soxhlet com etanol mais seletiva em trans-resveratrol que a supercrítica. A avaliação do poder antioxidante e da quantificação dos compostos fenólicos totais de todas as amostras foram realizadas com os respectivos métodos: método do sequestro do radical 2,2-difenil-1-picril-hidrazil (DPPH) e método espectrofotômetro de Folin-Ciocalteau. Os valores do poder antioxidante dos extratos supercríticos resultaram em valores de EC50 compreendidos entre 7,89 e 18,43 μg/mL, enquanto que as extrações com Soxhlet resultaram em valores de EC50 na faixa de 6,05 e 7,39 μg/mL. Os resultados para a quantificação do teor de compostos fenólicos dos extratos supercríticos resultaram em valores compreendidos entre 85,3 e 194,79 mg EAG/g extrato, enquanto que os valores dos extratos oriundos do Soxhlet resultaram em valores compreendidos entre 178,5 e 237,8 mg EAG/g extrato. Os altos valores de poder antioxidante e de teor de compostos fenólicos podem ser atribuídos não somente à presença de compostos fenólicos, mas também à presença de outros antioxidantes existentes na Rumex acetosa.