Extração de Ferro da Cera de Carnaúba Utilizando Sistemas Microemulsionados
Microemulsão, extração, ferro.
Em virtude da constante busca por materiais biodegradáveis para diversas aplicações, a cera de carnaúba pode ser uma alternativa viável na fabricação de biolubrificantes. A carnaúba é a única entre as ceras a possuir uma combinação de propriedades de grande importância. Em estudos preliminares verificaram-se na composição da cera alguns metais que podem prejudicar a estabilidade oxidativa do lubrificante. Diante desses fatores, decidiu-se desenvolver um trabalho sobre a remoção de ferro, da cera de carnaúba, através de sistemas microemulsionados (Me) e realizar uma otimização de parâmetros, como: ajuste de pH, temperatura, tempo de extração, entre outros. A concentração de ferro foi determinada por Absorção Atômica e, para essa análise, a digestão da amostra em forno de micro-ondas se mostrou bastante eficiente. Foram realizadas algumas análises de caracterização da amostra como: espectroscopia de infravermelho por refletância total atenuada (IV-ATR), termogravimetria (TG), calorimetria exploratória diferencial (DSC), fluorescência de raios-X por energia dispersiva (EDXRF), microscopia eletrônica de varredura (MEV) e ponto de fusão (PF). O sistema de microemulsão utilizado teve como tensoativo: óleo de coco, cotensoativo: n-butanol, fase óleo: querosene e/ou heptano, fase água: água. O pH escolhido para o estudo foi de 4,5 e a extração do metal foi realizada em banho finito. Para tanto, foi realizado um planejamento experimental fatorial para o sistema com fase óleo heptano e fase óleo querosene. Em ambos os planejamentos foram investigadas as variáveis temperatura, tempo e razão cera/microemulsão, que se mostraram estatisticamente significativas para a resposta extração de ferro a 95% de confiança. Tanto para o sistema em que a fase óleo foi o heptano quanto para o querosene, o melhor resultado obtido foi em 60°C, 10 horas e razão cera/Me 1:10. A melhor extração se deu com os sistemas microemulsionados com fase óleo querosene, extraindo cerca de 54% de ferro. Observou-se que na maior temperatura estudada obteve-se uma maior extração de ferro em ambos os sistemas