LIGNINA DO SABUGO DE MILHO MODIFICADA COMO ADSORVENTE DE POLUENTES EM EFLUENTES
Lignina. Adsorção. Água produzida. Corante. Sabugo de milho.
O crescimento da população mundial e o aumento do consumo per capita tem estimulado o setor industrial a aumentar sua produção de bens e serviços. Consequentemente, a produção de poluentes também tem aumentado e o descarte inadequado destes no meio ambiente pode afetar a saúde humana e os ecossistemas. A água produzida de poços de petróleo é um subproduto significativo da extração de petróleo. Essa água é encontrada naturalmente nos reservatórios subterrâneos e é trazida à superfície juntamente com o petróleo durante o processo de produção. Geralmente, a água produzida contém uma variedade de substâncias, como sais, metais pesados e compostos orgânicos. A água poluída com corantes da indústria têxtil também tem despertado o interesse de pesquisadores por ser um relevante problema ambiental. Durante o processo de tingimento de tecidos e fibras, são utilizados uma variedade de corantes químicos que conferem cores vibrantes às peças de vestuário. No entanto, grande parte desses corantes não é absorvida pelas fibras têxteis e acaba sendo descartada junto com as águas residuais, resultando em efluentes contaminados. Para mitigar esses problemas, estudos recentes têm focado na utilização da lignina como material adsorvente para remoção de contaminantes. Esta substância se mostra promissora devido a sua abundância na natureza, sendo o segundo biopolímero mais abundante depois da celulose, e pela presença de múltiplos grupos funcionais ao longo da sua cadeia polimérica. O Brasil é um dos maiores produtores de milho do mundo e associado a produção de grãos está a geração de um elevado volume de sabugo de milho, material que apresenta cerca de 15% de lignina. Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo o estudo da utilização da lignina modificada extraída do sabugo de milho como material adsorvente de poluentes em efluentes contaminados. Inicialmente, a lignina foi extraída da biomassa do sabugo de milho por meio de tratamentos físico e químico. Em seguida, a lignina foi modificada com diversos reagentes para melhorar sua capacidade de interação para remoção de contaminantes. Caracterizações detalhadas do material adsorvente foram realizadas para entender suas propriedades físicas, químicas, estruturais e funcionais. Por fim, foram conduzidos testes em bancada para avaliar a eficiência do material como adsorvente na remoção de poluentes em efluentes contaminados. Os resultados preliminares mostraram-se promissores com as ligninas modificadas aumentando a eficiência na remoção dos contaminantes da água. No entanto, mais testes e caracterizações mostram-se necessários para avaliar a viabilidade da implementação do processo.