Obtenção do Extrato de Aranto (Kalanchoe laetviriens) com CO2 supercrítico e Etanol
Kalanchoe leatviriens, extração supercrítica, CO2, etanol, quercetina.
O Aranto (Kalanchoe laetviriens) é uma planta suculenta nativa da África, que está presente em diversos continentes. De fácil propagação, possui em sua composição bioativos como compostos fenólicos e bufadienolídeos. Empregada como remédio natural, ainda não há unanimidade quanto a sua eficácia farmacológica. Entretanto, estudos recentes indicam que seus componentes possuem atividade anti-inflamatória, antitumoral e analgésica. Nesse contexto, a extração com CO2 supercrítico surge como uma alternativa para obtenção desses componentes, pois evita a degradação de bioativos, além de ser uma extração rápida e que possibilita um extrato mais puro. O uso de cossolvente foi necessário em virtude da viscosidade do extrato e das condições operacionais estabelecidas, sendo o etanol utilizado em todos os experimentos. As condições operacionais dos ensaios foram desenvolvidas na faixa de 80 a 140 bar de pressão, de 35 a 65° C de temperatura e de percentual de 5 a 15% de Etanol, com tempo de extração fixo e granulometria do leito previamente definida, compondo um planejamento fatorial 2³ com triplicata no ponto central. O extrato foi caracterizado quanto às análises do poder antioxidante pelo sequestro do radical DPPH (2,2-difenil-1-picril-hidrazil) e o teor de compostos fenólicos pelo método espectrofotométrico de Folin-Ciocalteu. Foi identificado e quantificado nas amostras, a quercetina, via CLAE (Cromatografia Líquida de Alta Eficiência). Os rendimentos em massa obtidos nas extrações variaram de 0,48 a 2,19 % sendo o melhor resultado na condição de 65 °C, 80 bar e 15% de Etanol. De acordo com a análise estatística dos resultados dos rendimentos, a concentração de cossolvente apresentou efeito significativo. Nas extrações com Soxhlet, constatou-se um rendimento de 19,05% usando as folhas secas de aranto e etanol como solvente. Contudo, utilizando-se folhas frescas da respectiva planta, observou-se um rendimento de 0,97%, em virtude do teor de umidade de 95,9%. Os resultados da quantificação de quercetina das amostras variaram de 2,50 a 21,45 mg/L. O teor de antioxidantes da melhor condição de extração supercrítica resultou no valor de EC50 (concentração efetiva que reduz 50% dos radicais livres) de 22,86 µg/ml, enquanto que a amostra da extração convencional das folhas secas com o etanol resultou nos valores de 114,26 µg/ml. Em relação ao teor de compostos fenólicos, a melhor condição apresentou 65,73 mg EAG/g Extrato (EAG – Equivalentes de Ácido Gálico).