FORMAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE ORGANOGÉIS PARA VEICULAÇÃO DE VITAMINA E
vitamina E, organogel, matriz de veiculação
A administração de medicamentos de forma tópica além de não invasiva é uma forma fácil e vantajosa de veicular um ingrediente ativo para absorção no organismo. Além da área farmacêutica, a indústria de cosméticos também faz uso desse mecanismo de transferência de materiais de maneira a prevenir a degradação por ação de interação com outros compostos antes da passagem pela pele. Dentre os diversos meios de veiculação de materiais bioativos, os organogéis vêm se destacado como materiais com estrutura interessante para a liberação
controlada de compostos bioativos. Estes materiais são semissólidos formados pela mistura de pequenas concentrações de gelator (< 15%) e solvente orgânico. Em paralelo, um ativo de interesse nessas áreas é a vitamina E, um importante nutriente lipossolúvel, que apresenta propriedades antioxidantes, umectantes, emolientes, dentre outras. Nesse contexto, esse estudo objetiva preparar e caracterizar organogéis para veiculação da vitamina E para aplicações na indústria de cosméticos e farmacêutica. Óleo de coco (OCO), óleo de canola (OCA) e ácido oleico (AO) foram investigados como solventes orgânicos, enquanto Tween 80 (T80) e PEG 300 (P300) foram investigados como gelators. Primeiramente, foi estudado o comportamento de fases dos sistemas para construção dos diagramas pseudoternários. Em seguida, a vitamina E foi incorporada aos géis e esses sistemas foram caracterizados através de análises de tamanho de partícula, índice de polidispersão e pH para avaliar a estabilidade e potencial de veiculação da vitamina E através dos géis. Por fim, avaliou-se a possibilidade de quantificação da vitamina E nas formulações através da técnica de espectrofotometria UV. Os testes de solubilidade da mistura binária P300-OCO mostraram a falta de afinidade entre esse agente estruturante e solvente orgânico, e, portanto, o PEG 300 foi descartado da investigação. Tween 80 foi capaz de estruturar os solventes orgânicos nos três sistemas estudados (OCO/T80/água, OCA/T80/água, AO/T80/água), e os géis obtidos com menor concentração de agente estruturante em cada sistema foram caracterizados. Por fim, a espectrofotometria UV não foi adequada para quantificar a vitamina E incorporada nos géis, devido a interferência causada pelos excipientes na absorção de radiação UV no mesmo comprimento de onda que a vitamina E.