"ESTUDO DA FORMAÇÃO DE MICELAS REVERSAS EM SISTEMAS TENSOATIVOS NÃO IÔNICOS/SOLVENTES ORGÂNICOS"
Micela reversa, Tensoativo não-iônico, Solvente apolar, SAXS, c.m.c.
Diferentemente de estudos acerca da formação de micelas diretas, que podem ser avaliadas com técnicas simples como condutividade e tensão superficial, há dificuldade na obtenção de dados bons e reprodutíveis quando se trata da formação de micelas reversas. Nas últimas décadas as micelas reversas têm sido sistematicamente utilizadas como moldes para síntese de nanomateriais, devido a sua capacidade de se autoagregar em estruturas diversas, repassando essas características para o material desejado. Portanto, o presente trabalho teve como objetivo estudar a variação de comprimento da cadeia carbônica do solvente, do grau de etoxilação dos tensoativos e da temperatura na formação de micelas reversas, no que toca as características estruturais e c.m.c.. A técnica utilizada para as análises foi o espalhamento de raio-X à baixo ângulo e foram escolhidos solventes orgânicos apolares de cadeias lineares e tensoativos não-iônicos do tipo nonilfelnol etoxilado, ambos obtidos comercialmente. Uma vasta gama de combinações solvente-tensoativo foram analisadas, os principais resultados mostram que o aumento do grau de etoxilação do tensoativo provoca uma diminuição na c.m.c. dos sistemas, esta tendência também foi observada com o aumento da temperatura, já o aumento da cadeia carbônica dos solventes induziram ao aumento da c.m.c.. As dimensões máximas dos agregados micelares seguiram um aumento tanto com a variação positiva do grau de etoxilação tensoativo, quanto com o comprimento da cadeia carbônica do tensoativo e da temperatura. No que diz respeito aos formatos adquiridos pelos agregados, houve uma predominância de variação de estrutura achatada, passando por estrutura esférica sólida e esférica oca em uma escala decrescente de concentração de tensoativo no sistema.