ESTUDOS DE SISTEMAS MICROEMULSIONADOS UTILIZANDO ÁGUA PRODUZIDA NA RECUPERAÇÃO AVANÇADA DE PETRÓLEO
recuperação avançada de petróleo, água produzida, rocha carbonática, microemulsão
Os reservatórios de petróleo possuem, na época da sua descoberta, uma energia inicial, chamada de energia primária. Quando a energia natural do reservatório não é mais suficiente para fazer com que o óleo escoe para os poços, ainda há um grande volume de óleo retido no mesmo, portanto, para que esse volume chegue à superfície, é necessária a aplicação de métodos visando aumentar a produtividade do campo. Esses métodos são denominados de Métodos de Recuperação. Existem duas classes de métodos de recuperação: convencionais e especiais ou avançados. A utilização de tensoativos e seus sistemas se enquadram na classe de métodos de recuperação avançada, sendo considerada uma alternativa eficiente dentre os métodos atualmente aplicados. Os processos de produção de petróleo e gás geram grandes volumes de resíduos líquidos, águas residuais ou água produzida, que contêm vários componentes orgânicos e inorgânicos, e a sua descarga sem tratamento pode poluir o solo e as águas da superfície e do subsolo. Este trabalho tem como objetivo avaliar a viabilidade da utilização da água produzida como fase aquosa de sistemas de microemulsão e sua aplicação como método de recuperação avançada em reservatório carbonático. Foram obtidos diferentes sistemas microemulsionados com e sem água produzida e realizadas as suas caracterizações (reologia, tensão superficial e densidade). A rocha carbonática utilizada foi caracterizada por (microscopia eletrônica de varredura, fluorescência de raios-X, difração de raios-X e termogravimetria). Para os ensaios de recuperação foram utilizadas dois pontos de microemulsão (micela direta e bicontínua), variando a fase aquosa entre água produzida sintética e água de torneira. Os resultados obtidos apresentaram recuperações de óleo in place em torno de 90%, concluindo assim que o uso da água produzida como fase aquosa da microemulsão não prejudica a recuperação e não reduz a eficiência do processo.