“Estudo de Novas Alternativas para Remoção de Enxofre do Diesel”
Diesel, remoção de enxofre, adsorção, vermiculita, tensoativos, microemulsão.
Os óxidos de enxofre formados pela combustão do óleo diesel podem ser descarregados para a atmosfera sob a forma de particulados e poluentes primários como SO2 e SO3, acarretando grandes prejuízos ao meio ambiente e à saúde humana e, ainda, podem se transformar em ácidos na câmara de combustão, causando danos aos motores. A preocupação mundial com o meio ambiente saudável e despoluído tem levado à instituição de normas e leis no sentido de reduzir os níveis de emissão de poluentes no ar, estabelecendo teores de enxofre cada vez mais baixos nos combustíveis, de modo a se ter produtos menos agressivos ao meio ambiente e à saúde pública. Os métodos de remoção de enxofre de diesel convencionais tem custo elevado, além de não serem capazes de produzir combustíveis com nível zero de enxofre. Assim, esse trabalho tem como objetivo desenvolver novos métodos de remoção de enxofre do diesel utilizando tensoativos e sistemas microemulsionados, procurando associar novas tecnologias e viabilidade econômica dos processos. Para escolha do tensoativo foi feito estudo preliminar de extração na região de Winsor I, com cloreto de dodecilamonio (DDACl) e RNX 95(nonil fenol etoxilado). Através dos resultados foi escolhido o RNX 95 para ser utilizado como constituinte do sistema microemulsionado nos processos de adsorção e, como extratante, de extração líquido-líquido. Utilizou-se a vermiculita tratada com microemulsão, constituída por RNX 95 (Tensoativo), n-Butanol (Cotensoativo), hexano (Fase Oleosa) e água destilada, como adsorvente tanto em banho finito como em adsorção em coluna e como fase dispersa o óleo diesel comercial. Na etapa de adsorção em banho finito aplicou-se um planejamento fatorial (24) com quatro variáveis (temperatura, razão vermiculita/diesel, concentração da solução salina de CaCl2 e granulometria da vermiculita) em dois níveis (superior e inferior), tendo como resposta a capacidade da vermiculita em adsorver o enxofre. O melhor resultado foi obtido a uma temperatura de 60°C, razão vermiculita/diesel de 1:5, concentração de CaCl2 20ppm e granulometria da vermiculita 65 mesh, obtendo-se uma capacidade de adsorção de 1,79 mg/g , indicando que a variável mais significativa foi a razão vermiculita:. Na extração liquido-liquido, realizada em duas e em seis etapas, utilizou-se a mesma proporção de tensoativo e diesel e obteve-se percentuais de extração de 46,8% e 73,15%, respectivamente. Foi realizado também um estudo alternativo de modificação de outros adsorventes para fins de comparação. Os ensaios foram feitos em banho finito com bentonita e diatomita e os agentes modificadores foram os já estudados neste trabalho acrescidos de soluções salinas de BaCl2 20ppm e 1500ppm como fase aquosa do sistema microemulsionado. Para a bentonita a melhor capacidade de adsorção foi de 7,97mg/g utilizando o sistema microemulsionado com água destilada na fase aquosa e para a diatomita o melhor resultado ocorreu com a microemulsão contendo solução salina de CaCl2 20ppm, obtendo-se uma capacidade de adsorção de 17,04mg/g. Apesar da diatomita ter apresentado maior valor de capacidade de adsorção que os outros adsorventes, a constante cinética exibe valores menores, indicando que a transferência de massa ocorre de maneira menos eficiente neste adsorvente.