“Influência do estresse nutricional programado na composição da Microalga Marinha Isochrysis galbana”
Microalga, estresse nutricional, lipídios, produtividade, biocombustível
O aquecimento global decorrente da emissão dos gases geradores do Efeito Estufa (GEE), em especial o CO2, é um dos problemas mais graves do século XXI, tendo em vista as conseqüências que esse agravante pode trazer ao planeta. Atualmente, os processos biológicos vêm sendo apontados como uma possível solução, principalmente a biofixação do CO2 por microalgas. Essa estratégia tem sido ressaltada, uma vez que, paralelamente a mitigação do CO2 ocorre à produção de biomassa rica em compostos de alto valor. As microalgas são excelentes fixadoras de carbono, possuem capacidade fotossintética e taxa de crescimento superior aos vegetais superiores, duplicam a sua biomassa em um dia, o seu cultivo não segue regime de safras, são cultivadas em meio salino simples e não exigem irrigação, herbicidas ou pesticidas. O teor de lipídios destes microrganismos, dependendo da espécie, varia de 1 a 70% do seu peso seco, podendo chegar a 90% em certas condições de cultivo. Estudos indicam que é possível aumentar a produção de lipídios pelas microalgas através de estresses fisiológicos induzido pela restrição do nitrogênio no meio de cultura. Essas evidências justificam pesquisas envolvendo a produção de biocombustíveis a partir de microalgas. No presente trabalho, estudou-se a estratégia de aumentar a produção de lipídios pela microalga I. galbana através de um estresse nutricional programado, ocasionado pela restrinção do nitrogênio. Foram acompanhadas as respostas fisiológicas desta espécie, cultivada em meio f/2 com diferentes concentrações de nitrogênio (N:P 15,0-controle, N:P 5,0 e N:P 2,5). Durante a fase exponencial, as análises mostraram uma invariabilidade para os cultivos estudados. Porém, na fase estacionária, os cultivos submetidos ao estresse, indicaram menores rendimentos em biomassa. Observou-se um amento de 32,5% nos níveis de carboidratos e de 87,68% no teor de lipídeos na razão N:P 5,0 e uma redução média de 65% dos níveis protéico nas razões N:P 5,0 ou 2,5. Não houve variações significativas no teor de cinzas, independente do cultivo e fase. Apesar do aumento do acúmulo de lipídios, devido a limitação da produção de biomassa nas culturas, observou-se nas culturas estressadas menores produtividades de lipídios. Tendo em vista o aumento na concentração de lipídeos decorrente do estresse, este estudo sugere a utilização da microalga I. galbana como fonte alternativa para a produção de biocombustível. Entretanto, para otimizar a produção deve-se trabalhar a engenharia genética e a engenharia de processos para que a produtividade em biomassa seja aliada a produtividade em óleo