BIODEGRADAÇÃO DE 2-METIL-NAFTALENO E FENANTRENO POR PSEUDOMONAS AERUGINOSA EM MICROCOSMOS - INFLUÊNCIA DO DISPERSANTE
Biodegradação, fenantreno, 2-metil-naftaleno, Pseudomonas aeruginosa, biossurfactantes
O petróleo se destaca como uma das principais matérias-primas para a sociedade moderna, podendo fazer parte da constituição de materiais, que vão de combustíveis até a medicamentos. Sabendo dessa grande importância, a busca pela sua extração e refino é mais frequente a cada ano, causando derramamentos de petróleo em solos e oceanos. Por causa de sua carcinogenicidade e aspectos mutagênicos, alguns hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) representam riscos para humanos e animais selvagens, como o 2-Metilnaftaleno (2-MN) e o fenantreno. Assim, conhecendo os problemas que o petróleo e seus hidrocarbonetos podem causar, caso ocorram derramamentos, é necessário buscar soluções, como a biodegradação de compostos de petróleo em ambientes marinhos, sendo esta baseada, na capacidade dos microrganismos de degradar compostos de petróleo. Um fator que dificulta a decomposição microbiológica de óleos e derivados, quando ocorre um derramamento de hidrocarboneto, é a hidrofobicidade das moléculas, com isso a indústria investe no desenvolvimento de dispersantes que reduzem a tensão superficial na interface hidrocarboneto/água. Nesse contexto, a literatura vem demonstrando as vantagens dos biossurfactantes (surfactantes de origem biológica) em relação aos surfactantes da indústria química. Assim, o presente estudo tem como objetivo principal avaliar a capacidade de biodegradação de 2-Metilnaftaleno e Fenantreno (hidrocarbonetos modelos) por Pseudomonas aeruginosa na presença de biossurfactante industrial (dispersante) com cultivos em microcosmos. O biossurfactante (dispersante) foi cedido por uma indústria química, sendo o mesmo caracterizado a partir das análises de tensão superficial e índice de emulsificação, posteriormente foi realizada a degradação dos hidrocarbonetos, variando-se a concentração dos hidrocarbonetos e do biossurfactante, durante 10 dias, monitorando-se o pH, crescimento bacteriano, a concentração de ramnolipídeos e a taxa de biodegradação. Foi também avaliado a degradação da mistura de 2-Metilnaftaleno (2-MN) e o fenantreno, com o intuito de se avaliar a capacidade da cepa em degradar misturas de hidrocarbonetos. Os resultados demonstram que o biossurfactante industrial apresentou resultados de índice de emulsificação satisfatórios para o tolueno e óleo lubrificante, apresentando valores acima de 40% para concentrações de NaCl adicionadas e em pequenas concentrações de biossurfactante, apresentando esses valores após 240 horas de cultivo. A bactéria Pseudomonas aeruginosa foi capaz de degradar o fenantreno, sendo possível degradar até 61,43%. Observa-se também que o biossurfactante industrial melhorou a taxa de biodegradação, sendo a única variável que apresentou influência significativa na resposta estudada. O modelo apresentado a partir dos resultados da análise estatística apresentou 92% dos dados explicado pelo mesmo.