INTEGRAÇÃO DE PHASE CHANGE MATERIALS SUSTENTÁVEIS EM SISTEMAS DE DESSALINIZAÇÃO SOLAR: MODELAGEM MATEMÁTICA, VALIDAÇÃO EXPERIMENTAL E AVALIAÇÃO DO APRIMORAMENTO DAS PROPRIEDADES TERMOFÍSICAS
dessalinização solar; materiais a mudança de fases; PCM; modelagem e simulação.
Projeções para os próximos anos indicam um aumento na dependência global de combustíveis fósseis. Prevê-se que a demanda por petróleo atinja seu pico entre 2024 e 2027, com o gás natural também mostrando um aumento de 10% a 20% até 2035 em comparação com 2022. Até 2050, a demanda global por gás natural e petróleo deve crescer em 28% e 17%, respectivamente. Essas fontes de energia têm impactos ambientais significativos, desde a extração, armazenamento e transporte, incluindo vazamentos de óleo que podem poluir corpos d'água. No entanto, os problemas ambientais mais graves surgem quando esses combustíveis são queimados para produzir energia. Dentre as fontes de energia limpa, a energia solar merece destaque especial.
Observando os investimentos em fontes alternativas de energia, nota-se um crescimento constante do interesse na energia solar entre 2020 e 2022. No ano passado, um total de US$298,21 bilhões foram investidos em energia solar, com foco em painéis fotovoltaicos, e US$9,30 bilhões foram destinados à utilização de energia solar térmica. O uso da energia solar térmica tem ganhado destaque na pesquisa, principalmente em sua aplicação em tecnologias de dessalinização da água. Nos atuais processos de dessalinização da água salina e/ou salobra, a água salgada é submetida a energia na forma de pressão, calor ou eletricidade e é separada em duas correntes: uma composta por água dessalinizada (o objetivo do processo) e outra onde se encontra o
rejeito, ou seja, a salmoura. A dessalinização pode ser classificada em duas categorias: a dessalinização via separação por membranas e a dessalinização via processos térmicos. A destilação solar é um método subutilizado globalmente devido a desafios no design dos destiladores, resultando em uma produção de água doce relativamente baixa. A principal limitação nos projetos de destiladores solares é a intermitência da energia
solar, que impossibilita o funcionamento do equipamento na ausência de luz solar. Para superar esse problema, pesquisadores têm amplamente explorado a integração de sistemas de armazenamento de energia térmica (AET) da energia solar com os destiladores. A proposta desta dissertação é desenvolver modelos matemáticos para sistemas de destilação solar convencionais que incorporam PCMs orgânicos eventualmente aprimorados
do ponto de vista termofísico. Inicialmente, serão selecionadas as configurações de destiladores e o PCM orgânico com base em critérios pré-estabelecidos. Modelos matemáticos serão utilizados para verificar se o sistema apresenta uma potência térmica insuficiente, o que impediria seu funcionamento durante todo o período noturno. Se isso ocorrer, será realizada uma revisão da literatura técnica, buscando os avanços mais recentes no aprimoramento das propriedades termofísicas dos PCMs orgânicos. Os resultados obtidos serão incorporados aos balanços globais de energia e exergia das configurações mais comuns de destiladores solares
encontradas na literatura.