Rápida taxa de mineralização de fármacos utilizando diferentes reatores fotoquímicos: O papel do excesso otimizado de H2O2.
poluentes farmacêuticos; poluentes emergentes; planejamento fatorial; toxicidade, foto-Fenton.
Os estudos de fármacos como poluentes emergentes vem ganhando importância na comunidade científica. O ácido acetilsalicílico (AAS) é um poluente modelo e um representante dos micropoluentes farmacêuticos emergentes cuja mineralização através de vários processos oxidativos avançados (POAs) leva horas para ser concluída. O Hidroclorotiazida (HCT) vem sendo encontrado em águas finais para consumo devido a sua persistência. Este trabalho dedica-se a otimizar e compreender as condições cinéticas para mineralizar AAS e HCT usando o processo Foto-Fenton com radiação UVA em reator fotoquímico tubular e reator de mistura, respectivamente. A otimização emprega uma ferramenta estatística de planejamento fatorial que estuda como as concentrações do contaminante farmacêutico, Fe2+ e H2O2 afetam a mineralização ao longo de um intervalo de concentrações. O planejamento fatorial indica que a concentração inicial de H2O2 é uma variável crucial para atingir uma taxa rápida de mineralização AAS e HCT. Usando conteúdos otimizados de H2O2 e Fe2+ no processo foto-Fenton (H2O2/Fe2+/UVA), uma mineralização superior a 90% para o AAS e de 100% para o HCT é alcançada em cerca de 10 minutos e 30 minutos, respectivamente. A razão subjacente para tal desempenho notável é atribuída ao excesso otimizado de [H2O2], que varia de acordo com o contaminante, isto é, a razão de concentração de H2O2 usada no tempo inicial para a requerida mineralização completa da TOC teórica. Medições da concentração remanescente de H2O2 indicam fortemente que o excesso de [H2O2] otimiza a concentração instantânea do radical •OH. Dentre os POA’s aplicados, destaca-se a comparação da oxidação UV-H2O2 (H2O2/UVA) com a oxidação por foto-Fenton (H2O2/Fe2+/UVA). Ao utilizar o peróxido otimizado na primeira composição, obteve-se quase 100% de degradação de AAS e HCT, mas neste caso, não houve boa mineralização. Para obter um alto grau de mineralização, próximo a 100% foi crucial a adição de Fe2+ juntamente com o auxílio da luz. Além disso, um estudo de toxicologia foi realizado com o HCT. O HCT demonstrou ser tóxico em determinadas concentrações para o grupo das Mysidaceas. Foi determinado a CL50 de 37,25 mg.L-1 de HCT. Aplicou-se os POA’s para determinar a possiblidade de gerar um meio próprio para a sobrevivência das Mysidaceas. Obteve-se que dentre os POA’s, como somente o foto-Fenton (H2O2/Fe2+/UVA) conseguiu mineralizar o HCT, foi o único POA a tornar o meio não mais tóxico. Este fato, corrobora com resultados da não mineralização total dos outros POA’s aplicados, comparando que nestes casos houve a formação de intermediários tóxicos. E o único processo realmente eficiente para o HCT foi o foto-Fenton (H2O2/Fe2+/UVA). Como conclusão, o excesso estequiométrico de [H2O2], é o parâmetro mais importante a ser otimizado a fim de atingir o mais alto grau de mineralização no menor tempo de uso do reator fotoquímico, diminuindo também os custos relacionados à energia total consumida tanto pela lâmpada e pelo bombeio.