Destilação Solar para Fins de Dessalinização: Aplicação de Materiais Alternativos e Tecnológicos para a Produção mais Eficiente de Água Potável.
Alambique solar; energias renováveis; água doce; semiárido brasileiro.
A crise hídrica é uma preocupação global cujo agravamento torna razoável a dessalinização de águas oceânicas e de outros reservatórios salinos. No Brasil, a realidade da seca levou o Governo Federal à criação do Programa Água Doce (PAD), entre outras medidas. A proposta do PAD é recuperar, implantar e gerenciar sistemas de osmose reversa em comunidades rurais do semiárido. Porém, após sete anos, apenas 47,6% da meta inicial estão em plena operacionalidade. Coadunado com os objetivos do PAD, com a privilegiada oferta de energia solar e com a vasta literatura que relata as vantagens do uso de destiladores solares para as condições como as encontradas no Brasil, o objetivo deste trabalho é investigar materiais que fomentem o aumento da produtividade desses equipamentos. Para isso, foram realizados ensaios em ambiente com irradiação real e simulada, investigando-se principalmente os efeitos de materiais alternativos e tecnológicos na composição de placas coletoras e no melhoramento das propriedades ópticas e térmicas da salmoura sobre a taxa de evaporação. Os testes de evaporação foto-assistida com uso de CoFe2O4 nanoestruturado apresentaram reprodutibilidade superior a 99% e aumentaram em 13,8% a taxa de evaporação com relação a referência e, a placa com cinza residual promoveu o efetivo ganho de 18,2%. Os ensaios de evaporação solar registraram taxas 60,7% maior com a placa teoricamente inerte, pintada externamente com tinta comercial preta, sugerindo acumulado próximo a 4,0 kg/m² em apenas 3,5 h de exposição solar. Desse modo, os estudos evidenciam que a construção de alambiques solares que reúnam as inalienáveis premissas de baixo custo, eficiência e segurança para isenção de contaminantes no destilado, sejam possíveis para mitigar os efeitos da seca no semiárido brasileiro.