"Produção de biodiesel, em reator de fluxo contínuo, a partir de óleo de algodão em condições supercríticas"
Biodiesel; Óleo de algodão; Gossypium hirsutum L.; Transesterificação; Interesterificação; Supercrítico.
No contexto energético mundial, o biodiesel tem despontado como uma importante fonte de energia renovável, sobretudo devido à facilidade de produção do mesmo e à variedade de matéria-prima disponível mundialmente. Especificamente no Brasil, a indústria de biodiesel tem apresentado importantes crescimentos de produção, tendo em vista as leis federais que obrigam a mistura do B100 (biodiesel) ao diesel fóssil. Diante da importância desta indústria para o Brasil, este trabalho buscou avaliar o potencial do óleo de sementes de algodão para a produção de biodiesel a partir três técnicas: transesterificação, utilizando etanol, interesterificação (usando acetato de metila) e interesterificação, com acetato de metila e adição de solução aquosa de ácido acético. As reações ocorreram em condições supercríticas de temperatura e pressão, em reator tubular de fluxo contínuo, com volume de 15 mL. O rendimento máximo obtido pela transesterificação foi de 75,05%, na pressão de 150 e 200 bar, 375 °C, razão molar óleo/etanol 1:40, e tempo de residência 40 e 30 min, respectivamente. Já na rota utilizando acetato de metila o maior rendimento foi de 99,51% (FAME (ésteres metílicos de ácidos graxos) + Triacetina), obtido em 35 min, razão mássica óleo/acetato de metila 1:3, pressão 200 bar e 350 °C, utilizando 20% de solução aquosa de ácido acético (26%). Foram observados elevados valores de decomposição do biodiesel, em ambas rotas, devido às altas concentrações de triglicerídeos poliinsaturados no óleo e às severas condições do processo.