“Avaliação da influência de surfactantes químico e biológico na hidrólise enzimática da casca do coco verde após pré-tratamento ácido/alcalino e com peróxido de hidrogênio alcalino.”
Ramnolipídeos, hidrólise enzimática, celulose, glicose, bagaço de coco, pré-tratamento
“No Brasil são gerados diversos tipos de subprodutos e resíduos agroindustriais como: bagaço de pedúnculo de caju, bagaço de cana-de-açúcar, bagaço de coco e outros. A disposição final desses resíduos, ou seja, sua eliminação causa sérios problemas ambientais. Apesar de uma parte ser utilizada para fins diversos, uma grande quantidade ainda permanece sem utilização. Neste sentido, os resíduos de conteúdo lignocelulósico, como a casca do coco verde, constituem uma matéria-prima renovável e abundante cujo aproveitamento é desejável e tem provocado um interesse crescente para o uso na cadeia de produção de etanol de 2ª geração. Neste trabalho foi utilizada como matéria-prima a casca de coco verde, a qual foi submetida a dois pré-tratamentos com o objetivo de melhorar a acessibilidade das enzimas à celulose. Os pré-tratamentos aplicados ao bagaço de coco foram: Ácido/Alcalino utilizando H2SO4 0,6M e, em seguida, NaOH 1M e, o pré-tratamento com Peróxido de Hidrogênio Alcalino (PHA) a uma concentração de 7,35% (v/v) e pH 11,5. O objetivo principal do estudo em questão, foi avaliar a influência do biossurfactante (ramnolipídeo produzido pela Pseudomonas aeruginosa), durante a hidrólise da casca de coco verde. Para efeito de comparação, foram realizadas hidrólises utilizando surfactante químico, nesse caso o Triton X-100, e hidrólises sem adição de surfactantes. Dessa forma, observou-se que, com a aplicação de ambos os pré-tratamentos, foi possível atingir uma maior conversão de celulose ao comparar com o material in natura. No entanto, ao analisar os resultados obtidos para o processo de hidrólise com a aplicação de surfactantes, verificou-se que o ramnolipídeo produzido melhora, consideravelmente, a conversão celulósica da casca de coco verde, atingindo uma conversão de 33% após 72 horas de hidrólise, enquanto que, a conversão máxima atingida com o uso do Triton X-100 foi de 23%. Esses resultados mostram que o biossurfactante pode ser aplicado na hidrólise enzimática de materiais lignocelulósicos, de modo a apresentar uma boa influência no processo.”