“Obtenção de novas emulsões asfálticas utilizando óleo lubrificante usado (OLUC)”.
emulsões asfálticas modificadas, lubrificante usado, planejamento experimental.
Emulsões asfálticas (EAs) são dispersões de Cimento Asfáltico de Petróleo (CAP) em fase aquosa ou vice-versa, estabilizadas por tensoativos, produzidas em moinhos coloidais. Neste trabalho foram desenvolvidas e caracterizadas emulsões asfálticas convencionais (EACs) e emulsões asfálticas modificadas (EAMs) pela incorporação de um resíduo automotivo ou OLUC. De acordo com a Resolução nº 362/2005 do CONAMA, todo o OLUC deve ser destinado à reciclagem por meio do processo de rerrefino. Porém, alguns fatores ligados à infraestrutura da indústria de rerrefino, como a fiscalização insuficiente, o baixo percentual de coleta (< 40%) pelo alto custo de logística, frente ao rendimento do processo, que é em torno de 60 %, têm inviabilizado o rerrefino no Brasil. Sendo o OLUC quimicamente compatível com o CAP, o principal objetivo deste estudo foi incorporar o OLUC ao CAP para produzir emulsões asfálticas modificadas (EAMs) estáveis, de menor custo e com possibilidades de aplicação em pavimentos sem danos ao meio ambiente. Planejamentos experimentais foram utilizados como ferramenta para direcionar o estudo e reduzir o número e o tempo das etapas necessárias à caracterização das EAs. Inicialmente realizou-se um estudo preliminar para definir a composição básica e as condições de emulsificação para obtenção EACs. No primeiro planejamento (fatorial 2³) avaliou-se os fatores temperatura de emulsificação, tempo de processo e quantidade de tensoativo na obtenção de EACs. No segundo planejamento (fatorial 2²) verificou-se a influência das quantidades de CAP e tensoativo na obtenção de EACs, fixando as variáveis temperatura (80 °C) e tempo de emulsificação (5 min.) resultados do primeiro planejamento. No terceiro planejamento (DCCR) fixou-se a variável CAP em 60%, determinado planejamento anterior, e estudou-se as quantidades de OLUC e tensoativo necessários à obtenção de EAMs com características compatíveis à Norma DNIT 165/2013. Todas as EAs obtidas nos planejamentos foram caracterizadas quanto à viscosidade de Saybolt Furol a 50 °C, resíduo asfáltico por evaporação e sedimentação. Por fim, um estudo de otimização das EAMs foi realizado na tentativa de enquadra-las totalmente nas especificações do DNIT, caracterizando-as ainda quanto à peneiração, penetração e ductilidade. Os resultados de caracterização obtidos e avaliados estatisticamente mostraram que foi possível produzir EAs estáveis e de acordo com a norma técnica específica, operando em temperaturas não muito elevadas (80 °C) por um curto período de tempo (5 min.), baixas quantidades de tensoativo e de CAP. Além disso, foi possível incorporar o OLUC às EAs obtendo-se EAMs com características aplicáveis e custo inferior às EACs.