A RELAÇÃO DAS VARIÁVEIS QUE INFLUENCIAM NA FORMAÇÃO DA INTENÇÃO EMPREENDEDORA DOS DISCENTES DAS IES BRASILEIRAS: um estudo com empresários juniores utilizando a modelagem de equações estruturais.
Intenção Empreendedora. Empreendedorismo Acadêmico. Empresa Júnior. Teoria do Comportamento Planejado. Educação Empreendedora.
O ensino superior é universalmente reconhecido como um pilar chave na construção das novas economias do conhecimento. No entanto, a universidade brasileira, de forma geral, não explora o seu potencial de inspirar e estimular a ambição e inovação nos empreendedores universitários. À luz dessa perspectiva, tem-se que 56% dos alunos empreendedores acreditam que iniciativas de empreendedorismo são essenciais para prepará-los, mas somente 38,78% das universidades, em média, oferecem essas oportunidades, e desses, o maior percentual, 33,1%, corresponde a presença de algum tipo de organização estudantil voltada para pequenos negócios, em que se encaixa a Empresa Júnior (EJ). Buscando, assim, contribuir para o desenvolvimento e expansão dessa atividade, a presente pesquisa tem como objetivo analisar como se comporta a intenção empreendedora dos universitários brasileiros ligados à empresa júnior, por meio da Modelagem de Equações Estruturais (MEE). Quanto a metodologia empregada, a pesquisa se caracteriza como aplicada com abordagem quantitativa e o método baseia-se na MEE. A coleta de dados teve abrangência nacional e foi realizada online através de uma survey, alcançando uma amostra de 445 alunos. Para análise estatística foi utilizado o software Smart PLS, versão 3.2.8, com as técnicas da MEE a fim de testar as hipóteses do modelo com as variáveis que afetam a intenção empreendedora. Os resultados mostraram que os construtos apresentam relações positivas e significantes explicando 12,4% da Atitude Pessoal (AP), 13,9% do Controle do Comportamento Planejado e 64,9% da Intenção Empreendedora (IE), com exceção das Normas Subjetivas que não demostraram relação com a IE, o que levou a rejeição da hipótese H3. A relação da AP com a IE apresentou maior efeito dentre as demais observadas, confirmando os achados de outros trabalhos na literatura. Conclui-se que o modelo da TPB é adequado para avaliar a intenção empreendedora dos alunos de EJ, e que há lacunas na atuação do governo e das universidades na promoção da educação empreendedora. Os achados dessa pesquisa trazem implicações para estudiosos da educação empreendedora, avaliadores de programas, universidades e formuladores de políticas.