CARACTERÍSTICAS AUDIOLÓGICAS EM ADULTOS COM HIV E/OU SÍFILIS ADQUIRIDA
Audição; Perda auditiva; Sífilis adquirida; HIV.
Introdução: As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) são consideradas um problema de saúde pública e estão entre as doenças transmissíveis mais comuns. A sífilis é uma infecção bacteriana transmitida pela relação sexual desprotegida, transfusão sanguínea e de forma vertical para o feto durante a gestação. Nos últimos anos, a ocorrência da sífilis adquirida tem aumentado muito no Brasil e no mundo e pode ocorrer de forma isolada ou acompanhada de outras infecções, como é o caso do vírus da imunodeficiência humana (HIV), dentre os prejuízos que estas infecções podem causar, destacam-se os comprometimentos auditivos e vestibulares, ocasionando perdas auditivas, tontura e/ou zumbido. Objetivo: Estudar a via auditiva de adultos com HIV e/ou sífilis adquirida. Método: Projeto de pesquisa aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Onofre Lopes sob o nº. 4. 627.820. A versão preliminar da dissertação foi estruturada em dois estudos, sendo: Estudo 1: uma revisão de escopo acerca da relação entre a sífilis adquirida e/ou o HIV e a via auditiva. Seguirá os critérios do PRISMA-ScR, com busca nas seguintes bases de dados: Pubmed/Medline; LILACS; Web of science; Scopus; e Embase; além do Google scholar, ProQuest, Open grey e lista de referências. Estudo 2: estudo observacional prospectivo do tipo seccional com o objetivo de caracterizar as emissões otoacústicas evocadas transientes e por produto de distorção de adultos com sífilis adquirida e/ou HIV. Foram recrutados pacientes de Serviços Públicos de Natal e alocados em quatro grupos: G1: adultos com sífilis adquirida; G2: adultos com HIV; G3: adultos com HIV e sífilis (coinfecção) e G4: adultos sem diagnóstico de sífilis adquirida e/ou HIV ou de outras patologias que indiquem risco para a deficiência auditiva. Foi aplicada uma anamnese para identificar histórico clínico do paciente e consulta ao prontuário médico, bem como timpanometria, EOAT e EOAPD. Até o momento os dados foram tabulados e realizado análise percentual de ocorrência de passa e falha. Resultados parciais: A revisão de escopo encontra-se em etapa de finalização do protocolo e registro do mesmo. Em relação ao estudo dois foram incluídos 50 sujeitos, sendo 37 do sexo masculino e 13 do feminino, com idade entre 18 a 59 anos (x=35,46 anos). Os mesmos estão distribuídos com um sujeito no G1, 25 no G2, sete no G3 e 17 no G4. Constatou-se que o G2 e G4 apresentaram maior percentual de passa nas EOAT e EOAPD de ambas as orelhas. O G3, com coinfecção de sífilis e HIV apresentaram 42,85% de falha nas EOAT da OD e 14,28% na OE. Conclusão parcial: Até o momento, não foram recrutados sujeitos com presença isolada de sífilis adquirida. Quanto aos achados audiológicos, observou-se uma possibilidade de alterações nas EOAT e EOAPD com indícios de alteração coclear em sujeitos com coinfecção entre sífilis e HIV.