DESINFECÇÃO SOLAR DE ÁGUA PARA COMUNIDADES DE BAIXA RENDA
A utilização da energia solar para desinfecção de água, além de ser acessível para comunidades menos favorecidas pelo seu baixo custo, tem a vantagem de utilizar materiais descartáveis como garrafas de politereftalato de etileno (PET). Apresenta-se um estudo que utilizou duas metodologias de desinfecção: a metodologia proposta pelo projeto Solar Water Disinfection (SODIS) que consistiu na desinfecção da água pela radiação solar e pela temperatura e a metodologia que utilizou a temperatura da água para a desinfecção. Em ambas, busca-se eliminar microrganismos causadores de sérias doenças como disenterias, febre tifóide, cólera, etc. As amostras de água foram coletadas na comunidade do Robalo, local onde a população possui baixa renda e a incidência de doenças de veiculação hídrica é alta. Os experimentos foram divididos em duas etapas: Na etapa 1 estudou-se a viabilidade da desinfecção e na etapa 2 a viabilidade da planta piloto na obtenção de níveis de temperaturas adequados à desinfecção pretendida. Os resultados obtidos mostraram a eficiência do processo de desinfecção, atingindo uma média de 80 a 100% de morte dos microorganismos, porém foi observado recrescimento em algumas amostras. Finalmente, diante dos bons resultados da etapa 1, projetou-se, construiu-se e ensaiou-se uma planta piloto experimental, que demonstrou-se viável para promover a desinfecção de água através do uso da energia solar. A água, após o tratamento, encontra-se de acordo com os limites estabelecidos pela legislação brasileira para água tratada, mantendo um desempenho favorável na desinfecção e índices aceitáveis do recrescimento bacteriano.