ANÁLISE DO ESCOAMENTO PULSÁTIL EM FÍSTULA ARTERIOVENOSA COM VARIAÇÃO DO ÂNGULO DE ANASTOMOSE in vitro e in silico
Fístula arteriovenosa, escoamento pulsátil, ângulo de anastomose
A fistula arteriovenosa (FAV) é uma ligação direta entre um vaso arterial e um venoso, utilizado como acesso vascular (AV) mais comum para pacientes em tratamento de hemodiálise (HD). A confecção da FAV causa condições não fisiológicas do escoamento sanguíneo, induzindo perturbações no fluxo como zonas de recirculações, pontos de estagnação, níveis de tensão cisalhamento altos, baixos e oscilatórios. Essas perturbações estão associações ao desenvolvimento de patologias que promovem estenoses no vaso, podendo comprometer o fluxo sanguíneo ou até a perda da FAV. Existem poucos trabalhos em FAV na literatura que determinam o campo de escoamento e suas implicações na parede, para ângulos de anastomose diferentes. Construiu-se uma bancada experimental para provimento de fluxo pulsátil em modelos de FAV in vitro e in silico. A FAV foi modelada tridimensionalmente com ângulos de anastomose variando entre 30 ° e 150 °. Foram realizados testes na bancada experimental para analisar o perfil de pressão. Outros testes, com fluxos permanentes, em modelos de FAV com ângulo de anastomose em 30 ° foram realizados também. O perfil de pressão para escoamento pulsátil demonstra concordância com o pulso de pressão arterial da literatura, pequenos ajustes temporais sempre necessários. O modelo in vitro da FAV, impresso por impressora 3D, foi testado aplicando pressões de 0 a 45 kPa e não foram observados vazamentos. As pressões na região de anastomose do modelo in vitro, para escoamento permanente, apresentaram comportamento crescente em função da vazão. O modelo in silico apresentou boa concordância com o modelo in vitro, com diferença máxima de 4,8% sendo as demais menores que 1,9 %.A distribuição de pressão na parede da FAV apresentou valores máximos na parede externa da veia próximo a junção anastomótica distal, enquanto níveis baixos de pressão foram identificados na parede interna da veia na região da junção anastomótica proximal. Em correlação a distribuição de pressão, o campo de velocidade apresentou regiões de estagnação e zonas de recirculações. Até esta data, foi desenvolvido 52 % do projeto. Em trabalhos futuros será implemento fluido de trabalho com massa específica e viscosidade adequadas, instalação do sistema de controle para temperatura na bancada experimental e confecção de análise dos modelos de FAV com ângulos de anatomose diferentes.