NOVA CONFIGURAÇÃO E ESTUDO DE UM REVESTIDOR CERÂMICO VIA OXIDAÇÃO ELETROLÍTICA POR PLASMA (PEO) EM LIGA DE Ti6Al4V PARA USO EM IMPLANTES
PEO; figura de lissajous; campo elétrico; osseintegração e implantodontia.
Atualmente muitos estudos têm sido realizados em busca de materiais biocompatíveis para a
fabricação de implantes, principalmente na área ortopédica e odontológica. Nesse sentido as
ligas de titânio desempenham um papel importante para o uso em implantes devido à sua
baixa densidade, não toxicidade, resistência à corrosão e biocompatibilidade. O titânio
apresenta uma fina camada passiva de óxido que possibilita sua biocompatibilidade quando
inserido em um organismo biológico. No entanto, esta camada de óxido espontânea pode ser
perdida, rapidamente, se inserido em ambientes adversos. Consequentemente, a
modificação superficial apropriada é necessária para as ligas à base de titânio para melhorar
as propriedades de superfície bem como a bioatividade. Existe uma vasta gama de técnicas
de modificação de superfície disponíveis, tais como deposição física de vapor, deposição
química a vapor, anodização, pulverização de plasma e oxidação electrolítica de plasma
(PEO). Entre estas técnicas, a oxidação eletrolítica por plasma (PEO) se apresenta como
uma técnica atrativa para aplicações biomédicas devido as suas características que
favorecem a osseointegração. Vários pesquisadores investigaram os efeitos dos parâmetros
do processo dos revestimentos PEO. No entanto, não existe um estudo sistemático sobre o
efeito do revestimento simultâneo cerâmico em hastes de liga de titânio (Ti-6Al-4V) e
crescimento da espessura da camada correlacionados com o método computacional livre.
Neste trabalho, foi projeto, fabricado e estudado um revestidor cerâmico via PEO em hastes
de titânio. Os revestimentos foram realizados em banho eletrolítico por 1, 8 e 16 minutos,
respectivamente, e tensão de 290V DC. Foram realizados tratamentos, no mesmo ciclo de
trabalho, com 1, 2 e 3 amostras. Para analisar as espessuras dos revestimentos, foram
utilizados Microscopia Ótica (MO) e Eletrônica de varredura (MEV). Para obter a composição
química e fase do revestimento, foram utilizados a Espetroscopia de Energia Dispersiva
(EDS) e Difratometria de Raio-X (DRX). Para análise elétrica foram utilizados os métodos do
rompimento da rigidez dielétrica e figura de Lissajous. Para análise mecânica foi utilizado o
método tribológico pino sobre haste. Para análise física foram utilizados o método da gota
séssil e cálculo da energia de superfície para verificar a molhabilidade. Foram obtidos
revestimentos homogêneos, porosos, hidrofílicos e com resistência mecânica ao contato,
através do multi-revestidor cerâmico. Foi obtido uma correlação entre o crescimento dos
revestimentos e a quantidade de amostras tratadas, no mesmo ciclo de trabalho. Foi obtido
um método de análise elétrica, a partir de métodos computacionais, que foi correlacionado
com a espessura do revestimento, porosidade e molhabilidade. Os resultados obtidos
mostraram a capacidade de escalabilidade de produção e baixo custo para produzir
amostras capazes de propiciar uma osseointegração homogênea e estável.