ESTUDO TRIBOLÓGICO DE BICO INJETOR COMMON-RAIL E DO MATERIAL PARTICULADO EMITIDO POR MOTOR DIESEL ESTACIONÁRIO OPERANDO COM BIODIESEL, CONTAMINADO OU NÃO
Biodiesel; motor diesel; bico injetor.
Um bico injetor é um componente chave do sistema de injeção de um motor diesel, responsável pela atomização do combustível, por uma combustão eficaz e uma baixa emissão, a qual afeta diretamente o meio ambiente e o sistema cardiovascular humano. Os padrões limítrofes de emissões veiculares definidos pela legislação ambiental são crescentemente rigorosos, como o PROCONVE P7, no Brasil e a Euro 6, na União Européia e restringem o tamanho do material particulado e NOx. O objetivo desta Tese é investigar e compreender os mecanismos de desgaste de materiais frágeis e dúcteis que se submetem à ação de um atomizador do tipo common-rail, erosão, cavitação, aderência, adesão e corrosão. Desenvolveu-se um método sistemático para avaliar biocombustíveis diesel, com aditivos ou obtidos em postos, o seu processo de atomização e sua interação com dois materiais estruturais, um quimicamente ativo, cobre eletrolítico e um quimicamente inerte, vidro de óxido de silício. Uma bancada equipada com uma câmara de atomização de alta pressão (HPSC), um dispositivo porta-materiais dúcteis e frágeis e uma câmara CCD de resolução de 150.000 fps foram utilizadas na avaliação do processo de atomização. Nessa bancada, foram ensaiados três fluidos, Ultrasene (fluido de teste padrão da máquina de ensaio de bico injetor), B6 aditivado com tensoativos e B6 com tensoativos e água. Uma bancada dinamométrica foi utilizada para ensaiar um motor estacionário diesel monocilíndrico, marca Branco B5.0, quatro tempos, de 5HP acionado por diesel B6, B6 aditivado com tensoativos e B6 com tensoativos e água. Ao final de 150 horas de ensaio de cada combustível, o motor era desmontado, inspecionado visualmente e se introduziam novos componentes - pistão, anéis, pino, biela, mancais, válvulas, retentores, juntas e o reparo do bico injetor. O material particulado emitido foi coletado em papel couché inserido em um dispositivo desenvolvido para atuar no sistema de escapamento. Microscopia eletrônica de varredura e EDS foram usadas para avaliar os danos resultantes nos materiais submetidos à atomização e aos materiais particulados integrantes da exaustão da combustão após 10h e 150h do motor diesel estacionário. Cada fluido foi atomizado por um bico injetor novo e os jatos atomizados por cada bico, na condição de novo e após ensaiado, foram filmados utilizando-se aquisição a 10 kfps que posteriormente foram analisados em MEV e EDS. Observaram-se partículas metálicas com áreas entre 0,5 e 50,0 µm2. Evidências de desgaste por aderência, adesão, corrosão, erosão e cavitação resultantes da atomização dos fluidos são apresentadas e discutidas.