Medição e Avaliação da Exposição à Radiação Não Ionizante em Ambientes Internos
Radiação Não-Ionizante; RNI; Campo Elétrico; Ambientes Internos; Medidas em Shopping; Medidas em Residências
É fundamental monitorar os níveis de Radiação Não-Ionizante (RNI) que a população em geral pode estar exposta e compará-los com os limites definidos nas normas vigentes, tendo em vista a rápida ascensão dos serviços de telecomunicação e as perspectivas de um sociedade extremamente conectada. Ambientes internos (indoor), como residências e shoppings, são locais que atendem aos interesses das medições, devido principalmente a presença de diferentes fontes de RNI e a localização dessas fontes em relação aos usuários finais. Este trabalho apresenta medições de RNI em um \textit{shopping center} e em residências em Natal, RN, Brasil. No \textit{shopping}, foi proposto um conjunto de seis pontos de medição, seguindo dois critérios: locais com grande fluxo de pessoas e presença de um ou mais Distributed Antenna System (DAS), co-localizados ou não com pontos de acesso Wi-Fi. Os resultados são apresentados e discutidos em termos de distância do DAS (condições: perto e longe) e densidade de fluxo de pessoas no shopping (cenários: baixo e alto número de pessoas). A maior média e maior pico de campo elétrico medidos foram 1,96 e 3,26~V/m, correspondendo respectivamente a 5\% e 8\% dos limites definidos pela Comissão Internacional de Proteção contra Radiações Não Ionizantes (ICNIRP) e Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL). Nas residências, foram realizadas medições em 40 pontos de acesso Wi-Fi em que o maior nível de exposição foi de 4,66 V/m (7,64\% do limite), verificado para a rede carregada de 2,4 GHz (Situação 1). Os resultados são discutidos em relação a situações de conectividade, marca e tempo de uso do equipamento. Também foram realizadas medições em 51 fornos de micro-ondas, dos quais somente um excedeu 50~W/m² (limite determinado nas normas vigentes), vazamento o qual foi provocado pela presença de ferrugem que comprometeu a estrutura da porta. Dessa forma, foi proposto dois tipos de reparos: uso de massa epóxi para preencher a abertura na porta (Reparo 1) e troca da superfície externa do forno (Reparo 2). Somente o Reparo 1 solucionou o problema do vazamento com média de 0,1841 W/m² e pico de 0,4222 W/m². Quanto aos 50 demais fornos de micro-ondas, foram apresentados os resultados de densidade de potência relacionando com fatores como posição do pior ponto medido, marca, tempo de uso e estado de conservação do aparelho.