A ARQUITETURA DO SIMULACRO: OS CASTELOS “MEDIEVAIS” NO INTERIOR DO RIO GRANDE DO NORTE NO SÉCULO XX
Simulacros; Castelos; Rio Grande do Norte; Autenticidade; Estética; Identidade
O trabalho tem como intuito avaliar criticamente o conceito dos simulacros aplicados aos três castelos do interior do Rio Grande do Norte construídos no século XX. A pesquisa parte de uma crítica à ideia de “autenticidade” e “verdade” arquitetônica, ao evidenciar como tais construções não se configuram como representações fiéis do medievo europeu, mas como expressões autônomas que operam no campo da simulação. Delimita-se como questão-problema: de que modo os castelos potiguares podem ser compreendidos como simulacros, à luz da teoria de Jean Baudrillard, e quais sentidos culturais, sociais e estéticos emergem desse fenômeno? Para isso, propõe-se revisar o conceito de simulacro de Jean Baudrillard, situando suas três ordens de análise e aplicando-as a três castelos do interior potiguar — Engady, Di Bivar e Zé dos Montes — como estudos de caso. A metodologia articula pesquisa bibliográfica e documental, análise do discurso e levantamento iconográfico, associando teoria crítica e observação empírica. A pesquisa se justifica na medida em que o Brasil não viveu historicamente a Idade Média, mas abriga uma produção arquitetônica marcada por sua estetização e recodificação, revelando tanto a força do imaginário quanto a hibridez cultural de nosso tempo. O estudo busca contribuir para o debate sobre autenticidade, estética e identidade, ao propor a leitura dos castelos potiguares não como falsificações do passado, mas como simulacros que instauram novas realidades simbólicas e culturais.