POTENCIALIDADES E LIMITES DO ENSINO DE PROJETO ARQUITETONICO: UM ESTUDO SOBRE DIFERENTES MODALIDADES DE ATELIES
Ensino de Projeto de Arquitetura; Ateliê de Projeto Presencial; Ateliê Virtual; Ateliê Remoto; Ateliê Híbrido.
Esta tese apresenta uma investigação sobre as diversas modalidades de ateliês existentes no contexto contemporâneo: presencial, virtual, remoto e híbrido e seus rebatimentos em termos de ensino/aprendizagem. O ateliê, espaço privilegiado onde é promovido o ensino/aprendizagem do Projeto de Arquitetura e Urbanismo, foi transformado ao longo do tempo, tanto fisicamente, quanto em suas práticas pedagógicas e estratégias metodológicas. Mais recentemente, com a difusão da internet e das redes sociais, surgiram novas modalidades de ateliês, virtual, remoto e híbrido, além daqueles inseridos na modalidade de cursos EAD. Assim, considerando o contexto atual de pós-pandemia, as questões centrais desta pesquisa são: Como cada modalidade de ateliê - presencial, virtual, remoto e híbrido, repercute no ensino de projeto arquitetônico? E em qual destas modalidades as potencialidades superam os limites no processo de ensino/aprendizado de projeto de arquitetura no contexto contemporâneo de pós-pandemia? O objetivo principal é então avaliar em qual modalidade de ateliê de projeto - presencial, virtual, remoto ou híbrido, as potencialidades superam os limites no processo de ensino/ aprendizagem do projeto arquitetônico, nas universidades públicas do Nordeste brasileiro, seguindo os preceitos de qualidade defendidos pelas entidades da área de AU. Dentre estes, estão o desenvolvimento da percepção dos ambientes e a aprendizagem prática e reflexiva. No campo metodológico, trata-se de uma pesquisa predominantemente qualitativa que utiliza o estudo de casos múltiplos como método. O contexto da investigação se deu nos cursos de AU da UFRN, UFC e UFPB, sendo seis os casos estudados: ateliê remoto - UFRN e UFC, ateliê presencial - UFRN e UFC, ateliê híbrido - UFPB e ateliê virtual - UFRN. Foram elaborados roteiros analíticos com os aspectos a serem observados em cada etapa da pesquisa: análise documental dos Projetos Políticos Pedagógicos e dos planos de curso, observação direta das aulas, questionários aplicados aos discentes e entrevistas com os professores. Os dados foram analisados e interpretados por meio da análise temática proposta por Minayo. Em síntese, constatamos que cada modelo de ateliê apresenta aspectos favoráveis e desfavoráveis à aprendizagem do projeto; no entanto, o ateliê presencial foi o que obteve o maior número de potencialidades e o ateliê remoto foi o formato em que houve maior menção aos limites. Os recursos e as práticas pedagógicas intrínsecas ao ensino remoto e virtual perpassam, em grande parte, o seu próprio formato de ateliê, quando implementadas no ateliê presencial, agora renovado pelo uso mais frequente das TICs, sendo a modalidade na qual as potencialidades mais superam os limites no ensino de PA no contexto pós-pandemia. Por fim, conclui-se que as diversas práticas pedagógicas, abordagens, metodologias, modelos de ensino e as avaliações empregadas nos ateliês de projeto de arquitetura dependem menos do formato de ateliê ministrado do que das habilidades e competência do docente que o conduz. Os resultados obtidos podem contribuir para a melhoria do ensino/aprendizado do projeto e, consequentemente, para uma formação mais qualificada dos profissionais que irão conceber e planejar nossos edifícios e cidades.