Rios que narram, cidades que resistem: Soluções baseadas na natureza e adaptação climática no contexto da microbacia do rio Jaguaribe em João Pessoa, Paraíba
adaptação climática; soluções baseadas na natureza; ecologia aplicada à paisagem; microbacias urbanas; justiça socioambiental
O trabalho tem como intuito investigar como Soluções Baseadas na Natureza (SbN) podem orientar estratégias de adaptação climática no contexto da microbacia do rio Jaguaribe, em João Pessoa (PB), com foco na Comunidade São Rafael. Parte de uma crítica à lógica de reprodução de grandes obras de infraestrutura “cinza” que negligenciam os fluxos ecológicos e os riscos socioambientais urbanos. A pesquisa busca evidenciar a centralidade da água, do solo e da vegetação na construção de soluções distributivas, sustentáveis e situadas. Delimita-se como questão-problema: como aplicar SbN na microbacia do Jaguaribe, com ênfase em São Rafael, como estratégia de mitigação de riscos climáticos e promoção de justiça socioambiental? Para isso, propõe-se: revisar o estado da arte sobre resiliência urbana e o papel das microbacias; apresentar fundamentos da ecologia aplicada à paisagem; identificar tipologias de SbN voltadas à drenagem urbana; analisar atributos físico-ambientais e infraestruturais da microbacia em relação aos assentamentos precários; e propor diretrizes e representações projetuais para a área estudada. A metodologia combina abordagens qualitativas, com procedimentos teóricos metodológicos ancorados em análise espaciais/ambientais, com destaque para a redefinição hidrológica da microbacia, elaboração de cartografias temáticas e simulações hídricas. A pesquisa se justifica a partir do momento em que mais da metade dos assentamentos populares do município estão inseridos em áreas ambientalmente frágeis da microbacia, o que demonstra a urgência de soluções sistêmicas. O estudo busca orientar diretrizes projetuais/urbanísticas que tem como intuito a substituição de intervenções fragmentadas por ações sistêmicas ancoradas em processos ecológicos e justiça territorial