EFICÁCIA DE UM MÉTODO ATIVO DE ENSINO PARA APRENDIZAGEM DE ESCRITA DA PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS: ESTUDO QUASE-EXPERIMENTAL
Prescrição de Medicamentos; Redação; Aprendizagem ativa; Segurança do paciente; Educação médica.
Introdução: O uso racional de medicamentos é fundamental para a segurança do paciente, o que requer prescrições claras, legíveis e completas. No entanto, a ocorrência de não conformidades na escrita da prescrição de medicamentos permanece elevada. Nesse contexto, destaca-se o método ativo “Ensino de Boas Práticas de Escrita da Prescrição de Medicamentos”, fundamentado na aprendizagem significativa e entre pares e no instrumento validado QualiPresc para avaliação da qualidade da escrita da prescrição. Objetivo: O objetivo do estudo foi avaliar a eficácia do método ativo “Ensino de Boas Práticas de Escrita da Prescrição de Medicamentos”. Metodologia: Trata-se de um estudo quase-experimental, do tipo antes e depois, com abordagem quantitativa. Participaram quarenta estudantes do terceiro período do curso de Medicina da Escola Multicampi de Ciências Médicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil, no módulo MDM4007 - Dor. A intervenção foi aplicada em oito etapas, envolvendo atividades individuais e coletivas, discussão em grupo, feedbacks e reaplicações de casos clínicos simulados. A coleta de dados foi realizada em três momentos: pré-intervenção, pós-intervenção imediata e seguimento tardio (15 dias após). As prescrições foram avaliadas com o QualiPresc, e os dados analisados com testes estatísticos não paramétricos (Friedman, Kruskal-Wallis e Cochran), considerando significância de 5%. Resultados e discussão: Observou-se melhora significativa em indicadores como “data de nascimento”, “registro de alergia”, “forma farmacêutica”, “via de administração” e “recomendações não farmacológicas”. A média dos escores passou de 73,47 (pré-teste) para 95,34 (pós-teste), mantendo-se em 87,80 no seguimento (p < 0,001), indicando impacto positivo e retenção parcial do aprendizado. Variáveis como “identificação do prescritor” e “dose” não apresentaram mudanças estatisticamente significativas. As prescrições coletivas demonstraram desempenho homogêneo entre os grupos. Conclusões: Conclui-se que o método ativo proposto foi eficaz na qualificação da prescrição de medicamentos por estudantes de Medicina, promovendo melhorias em aspectos fundamentais da prática. O impacto foi mantido em parte no seguimento tardio, sugerindo retenção do aprendizado. A proposta se mostra promissora como estratégia educacional para formação médica, contribuindo para a segurança do paciente e a prática clínica responsável.