Efeito de Intervenções Baseadas em Exercícios na Dor, Função, Percepção Global de Mudança e Qualidade de Vida de Indivíduos com Tendinopatia Glútea: Revisão Sistemática de Ensaios Controlados Randomizados incluindo Recomendações GRADE
Tendão. Tendinite. Síndrome da dor do grande trocânter. Bursite trocantérica. Quadril.
Exercícios terapêuticos têm se mostrado eficazes para o tratamento das tendinopatias, contudo, os efeitos do exercício para o tratamento da tendinopatia glútea ainda não foram sistematicamente revisados. O objetivo desta revisão foi avaliar o efeito de exercícios na intensidade da dor, função, percepção global de mudança e qualidade de vida em indivíduos com tendinopatia glútea. Buscas por ensaios controlados randomizados ou quase-randomizados verificando a eficácia de exercício para tendinopatia glútea foram realizadas na Cochrane Library, MEDLINE/PubMed, CINAHL, Embase e PEDro. A seleção dos artigos, extração dos dados e avaliação da qualidade metodológica dos estudos foi feita por dois pesquisadores de forma independente, com discordâncias resolvidas por um terceiro pesquisador. Os resultados foram sintetizados na forma de diferenças médias e intervalos de confiança 95%. A qualidade da evidência foi avaliada por meio da abordagem Grading of Recommendations Assessment (GRADE). Oito estudos cumpriram os critérios de inclusão e foram incluídos para a análise. Os resultados sugerem que exercício é superior à abordagem 'esperar para ver' em termos de dor, função, percepção global de mudança e qualidade de vida em curto e longo prazo. Não houve diferença entre exercício isométrico e isotônico na dor, função, qualidade de vida ou taxa de sucesso do tratamento em curto prazo. Exercício mais educação é superior a infiltração de corticosteróides (IC) para taxa de sucesso do tratamento em curto, médio e longo prazo. Exercício é superior a infiltração de plasma rico em plaquetas (PRP) para o desfecho dor em curto e longo prazo. Por fim, não houve diferença entre exercício e exercício sham em curto e longo prazo quanto à dor, função, percepção global de mudança e qualidade de vida. Em conclusão, exercícios apresentam melhores resultados do que abordagens como ‘esperar para ver’ e infiltrações de IC ou PRP para tratamento de tendinopatia glútea. Contudo as estimativas do efeito do tratamento têm apenas evidências de certeza baixa a muito baixa para apoiá-las, sendo necessários mais ensaios controlados de alta qualidade para maiores esclarecimentos sobre o assunto.