IMPACTO DO PLANO DE AÇÕES ESTRATÉGICAS PARA O ENFRENTAMENTO DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS SOBRE INTERNAÇÕES HOSPITALARES, MORTALIDADE E ÓBITO POR DOENÇAS CARDIOVASCULARES NO BRASIL
Palavras-chaves: Doenças Crônicas Não Transmissíveis. Doenças Cardiovasculares. Sistema Único de Saúde. Internações Hospitalares.
Introdução: As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) são as principais causas de óbitos em todo o mundo, responsáveis por milhões de internações hospitalares por ano, destacando-se principalmente as doenças cardiovasculares (DCV). Diversas estratégias para controle e enfrentamento dessas doenças foram desenvolvidas em vários países. No Brasil, em 2011 foi elaborado o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das DCNT. Objetivo: Avaliar o impacto do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das DCNT (2011 – 2022), sobre internações hospitalares, óbitos e taxa de mortalidade no Brasil, classificadas por DCV. Métodos: Estudo descritivo, com dados secundários do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS). Foram analisados as internações hospitalares, óbitos e taxa de mortalidade, por DCV na população brasileira, com idade acima de 20 anos, agrupados de acordo com região, sexo e faixa etária. A análise estatística foi realizada pelo programa GraphPad Prism versão 7.0. A normalidade dos dados foi avaliada pelo teste Komogorov Smirnov e a comparação entre os grupos e os períodos de ano foram realizados o teste ANOVA two-way com o teste post hoc de Tukey. Um valor de p<0,05 foi considerado sifnificativo. Resultados: Foram registrados no SIH /SUS 13.380.119 internações hospitalares por DCV no Brasil, em adultos a partir de 20 anos, durante o período de 2008 a 2019. Após a implementação do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das DCNT os principais achados no estudo foram: 1) redução de 25,77% das internações hospitalares por IC; 2) aumento de 0,25% na taxa de internação na região Sul por 100 mil habitantes, enquanto as outras regiões apresentaram redução; 3) redução de 7,88% das internações hospitalares entre 2008-2011 e 2016-2019; 4) redução da taxa de internação entre indivíduos de 20 a 59 anos, e aumento entre 60 a 80 anos e mais, com maior amplitude de crescimento no grupo de 60 a 69 anos (13,77%); 5) redução de 2,72% das internações em pessoas do sexo feminino e aumento de 4,89% do sexo masculino. Já em relação à óbitos e taxa de mortalidade destacam-se: 1) redução de 6,46% dos óbitos por IC; 2) aumento do número de óbitos e taxa de mortalidade em todas as regiões; 3) aumento de 7,85% dos óbitos entre 2008-2011 e 2016-2019, bem como aumento da taxa de mortalidade; 4) aumento de progressivo do número de óbitos e taxa de mortalidade com o aumento da idade, principalmente em indivíduos acima de 60 anos; 5) aumento do número de óbitos e taxa de mortalidade para ambos os sexos. Conclusão: Embora tenham ocorrido redução das internações hospitalares por DCV entre 2008 e 2019, na maioria das análises, o quantitativo de óbitos observados no período estudado merece uma atenção especializada. A análise possibilita a reflexão sobre o impacto da doença na saúde da população brasileira, em especial naquela de maior faixa etária. Tais achados contribuem com informações que permitem melhor controle e monitoramento das DCV e devem ser levados em consideração quando implementadas novas estratégias de prevenção, assistência e controle dos fatores de risco.