ESTIMULAÇÃO TRANSCRANIANA POR CORRENTE CONTÍNUA NA FASE CRÔNICA DA CHIKUNGUNYA: PROTOCOLO PARA UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO
Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua, infecções por arbovírus, artrite.
Introdução: A infecção pelo vírus chikungunya ainda é uma epidemia no Brasil com uma incidência de 59,4 casos por 100.000 na região Nordeste. Mais de 60% dos pacientes apresentam artralgia crônica recorrente e remitente com dor debilitante que dura anos, não havendo agentes terapêuticos específicos para tratar e reabilitar pessoas na fase crônica da chikungunya. A dor persistente pode levar à incapacitação, exigindo tratamento farmacológico de longo prazo. Terapias não medicamentosas como a estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) surge como uma promissora abordagem complementar para esses pacientes.
Objetivos: Objetivamos avaliar a melhora da dor e da funcionalidade em pacientes na fase crônica da chikungunya mediante uso da ETCC anódica no córtex motor primário (montagem C3/Fp2). Métodos: o estudo descreve um protocolo de um ensaio clínico, paralelo, duplo-cego, randomizado e controlado. Quarenta participantes com chikungunya crônica serão randomizados para um grupo ativo ou sham. Um total de 10 sessões consecutivas com duração de 20 min cada serão administrados durante 2 semanas, usando uma corrente contínua monofásica com uma intensidade de 2 mA por 20 min. Os participantes de ambos os grupos serão avaliados no início do estudo, imediatamente após a 10ª sessão, 2 semanas (primeiro acompanhamento) e 4 semanas (segundo acompanhamento) após a intervenção. Como desfecho primário teremos a dor avaliada por meio de uma escala de avaliação numérica e algometria. Como desfechos secundários apontamos a funcionalidade, força muscular e qualidade de vida. Os efeitos da estimulação serão calculados usando um modelo de análise de variância mista (ANOVA). Resultados esperados: A aplicação da ETCC na montagem descrita já é preconizada para síndromes dolorosas crônicas e doenças reumáticas. Espera-se a melhora dos desfechos apenas no grupo ativo, contribuindo para o fortalecimento desse recurso para essa população. Dessa forma teremos mais uma opção de ferramenta terapêutica disponível e dados adicionais para a discussão científica em torno de políticas clínicas e futuros ensaios.